Os mico-leões são uma espécie de primatas endêmicos do Brasil que habitam exclusivamente a Mata Atlântica. São conhecidas 4 espécies desses minúsculos macacos, todas elas ameaçadas de extinção.
Causas das ameaças aos
mico-leões
A causa principal de estarem ameaçados
de extinção é a destruição de seu habitat, a Mata Atlântica, pelos
seres humanos. Outro fator importante na queda do número de indivíduos e a captura
ilegal de micos-leões para venda como animal de estimação.
Dentre esses o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia)é o que mais sofreu com o desmatamento e o tráfico de animais, vivendo em áreas próximas de grande urbanização, a espécie quase foi eliminada totalmente. Atualmente os indivíduos que existem estão restritos aos remanescentes florestais do estado do Rio de Janeiro.
O progresso do Programa de
Conservação do Mico-leão-dourado
No início dos anos 1960 foram
estabelecidas as bases para um programa de salvamento do mico-leão-dourado. Na
época, restavam cerca de 200 micos na natureza. O Programa de Conservação do
Mico-Leão-Dourado começou na década de 1970 por meio da cooperação entre o Instituto Smithsonian/Zoológico
Nacional de Washington, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal (IBDF, atual IBAMA)
e a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA,atual INEA), através do Centro
de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ). Em 1971 a rede WWF
começou a atuar no Brasil tendo como primeiro projeto apoiar os estudos desse
primata.
O compromisso entre estas
instituições transformou-se num amplo esforço para preservar, proteger e
estudar o mico-leão-dourado e seu habitat. Desde 1992, esse trabalho é liderado
pela Associação Mico-Leão-Dourado
(AMLD) e conta com uma rede de parceiros. O Programa de Conservação do
Mico-Leão-Dourado, é um dos mais bem-sucedidos do gênero no mundo, e há 30
anos vem sendo executado por um conjunto de organizações parceiras.
Hoje, estima-se que esta
população esteja próxima dos 3.200 animais. A recuperação da espécie foi obtida
graças à participação de inúmeras organizações, no Brasil e no exterior. Muitos
animais foram trazidos de zoológicos do exterior e reintroduzidos na natureza.,
entre 1984 e 2000 foram 153 micos-leões que voltaram para a floresta. Os
zoológicos desempenharam um papel fundamental, atualmente, cerca de um terço da
população selvagem de micos-leões-dourados descende dos indivíduos nascidos
nessas instituições -participaram 43 zoos, de oito países.
Mesmo com o sucesso da
recuperação do mico-leão-dourado ainda há riscos
Não há dúvida que o estado de
conservação dessa espécie melhorou ao longo dos anos, saindo de uma categoria
onde o risco de desaparecer da natureza era extremamente alto - “Criticamente
em perigo” - para uma categoria onde esse risco é um pouco menor - “Em
perigo”, mas ainda continua ameaçada de extinção.
Os riscos que correm espécies com
população pequena foram sentidos em 2014. Nesse ano a população de micos-leões-dourados
chegou a 3700 animais vivendo em ambiente natural. No entanto um surto de febre
amarela atingiu a população de micos a partir de 2017 e houve uma redução de
32,4% dessa população que chegou em 2019 a cerca de 2.500 indivíduos. Em um dos
principais refúgios, a Reserva
Biológica Poço das Antas, a situação foi ainda mais crítica, onde
população foi reduzida de 380 indivíduos para apenas 33 micos.
Pelo esforço envolvido para
salvar o mico-leão-dourado ele tornou-se bandeira da defesa ecológica no Brasil
estando presente em cédulas de R$20,00 e selos postais.
Fonte: WWF
, Público,
UENF,
Centro
de primatologia, OECO,
Um
Só Planeta, DW,
AMLD
Foto: Mico-leão-dourado-Anddrea Martins