O macaco-aranha-de-barriga-branca
(Ateles belzebuth), também conhecido como coatá, macaco-aranha-branco,
macaco-aranha-do-peito-amarelo ou macaco-aranha-de-peito-branco, é uma
espécie emblemática dos ecossistemas da Amazônia, habitando uma vasta região
que abrange desde o noroeste do Brasil até a Colômbia, Equador, Peru e
Venezuela.
Distribuição Geográfica e Habitat
Ateles belzebuth é nativo
da região amazônica, com sua distribuição geográfica estendendo-se ao norte e
oeste do estado do Pará, no Brasil, até as áreas leste do rio Branco e a
noroeste, chegando até a Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. No entanto, sua
presença é descontínua, sendo ausente ou rara em extensas áreas de Campina e
Campinarana, bem como em grandes áreas do leste da Colômbia e outras regiões
dentro do limite da sua distribuição. A espécie prefere habitats de floresta
tropical de terra firme, mas pode recorrer a florestas alagadas durante
escassez de frutos, evidenciando sua adaptabilidade, embora seja principalmente
restrito a habitats primários.
Características Físicas e Comportamentais
O macaco-aranha-de-barriga-branca
apresenta um pelame com coloração esbranquiçada a amarela no ventre,
distinguindo-se de outras espécies de macacos-aranha. Adultos pesam entre 6 a 8
kg, movimentam-se agilmente nas copas altas das árvores, utilizando sua cauda
preênsil como um quinto membro para locomoção. Este primata é diurno e altamente
frugívoro, com uma dieta que inclui mais de 152 espécies de plantas, embora
também consuma folhas jovens, rebentos, e ocasionalmente insetos como cupins. A
dispersão de sementes por essa espécie sugere um papel fundamental na
manutenção da dinâmica florestal.
Reprodução e Dinâmica Social
A reprodução do macaco-aranha-de-barriga-branca
caracteriza-se por um período de gestação de aproximadamente 226 a 232 dias,
culminando no nascimento de um único filhote. As fêmeas têm ciclos de cio de 24
a 27 dias, com intervalos entre nascimentos de aproximadamente 35 meses. A
maturidade sexual é alcançada aos quatro anos para fêmeas e cinco anos para
machos. Esta espécie exibe uma dinâmica social fluida, com indivíduos formando
subgrupos de composição variada ao longo do dia, refletindo uma estrutura social
complexa e adaptável.
Entre as ameaças estão, principalmente, a caça e a perda
de habitat
Classificada como vulnerável
no Brasil e Em Perigo pela IUCN, a população de Ateles belzebuth
enfrenta uma redução estimada de pelo menos 30% ao longo de três gerações,
devido principalmente à caça e perda de habitat. As atividades
antropogênicas, incluindo o desmatamento, a fragmentação do habitat, a caça
para alimentação e o comércio ilegal de animais vivos, são as
principais ameaças para a espécie. A caça é particularmente intensa na Terra
Indígena Yanomami, onde a espécie é altamente visada.
Entre as ações de conservação destaca-se sua presença em várias unidades de conservação
Em resposta, várias ações de
conservação foram implementadas, incluindo programas de educação
ambiental e a proteção legal de habitats dentro de unidades de conservação.
A presença de Ateles belzebuth em diversas áreas protegidas, tanto no
Brasil quanto em outros países de sua distribuição, fornece um certo grau de
esperança para a conservação da espécie. Há 28 áreas protegidas localizadas nos
cinco países em que esta espécie é conhecida ou acredita-se que ocorra. No
entanto, a continuação e expansão desses esforços de conservação são cruciais
para garantir a sobrevivência a longo prazo do macaco-aranha-de-barriga-branca.
O macaco-aranha-de-barriga-branca
é uma espécie vital para a biodiversidade da Amazônia, desempenhando um
papel importante na dispersão de sementes e na manutenção da estrutura e
composição florestal. Apesar das significativas ameaças enfrentadas, os
esforços de conservação em andamento oferecem um caminho para a proteção dessa
espécie única. É imperativo que se continue a fortalecer e expandir essas
iniciativas para preservar o macaco-aranha-de-barriga-branca e o ecossistema
amazônico do qual depende.
Fontes: The IUCN Red List of Threatened Species 2021, CPB/ICMBio, G1 Globo, O Eco, BioWeb_PUCE
Fotos: Macaco-aranha-de-barriga-branca_by Ryne Rutherford e segunda foto :Macaco-aranha-de-barriga branca_Chloe and Trevor Van Loon