Tudo começou em 2011 quando um
grupo de pesquisadores brasileiros e americanos ficou curioso com um macaco
encontrado na Chapada dos Parecis, próximo aos municípios de Pimenta Bueno
e Vilhena, no extremo sul do Estado de Rondônia. Perceberam que o
primata possuía características diferentes do gênero Plecturocebus,
possuindo destacada barba branca e a pelagem vermelha nas costas. Nove anos se
passaram de intensas pesquisas para determinar se era uma nova espécie. A
análise de DNA comprovou que era um novo primata, desconhecido até então pela
ciência.
Publicação da descoberta
foi resultado de colaboração de entre nove instituições
O resultado, afinal, saiu publicado em artigo revista Primate
Conservation em dezembro de 2019. Sendo uma das mais recentes descobertas
de primatas na Amazônia, o agora conhecido como zogue-zogue-de-barba-branca
(Plecturocebus parecis) ou zogue-zogue-dos-parecis. O estudo
contou com a participação de 15 pesquisadores de nove instituições do Brasil e
do exterior. Sendo elas a Unemat, Universidade Federal de Rondônia, Universidade Federal do Pará, Instituto Pró-Carnívoro, Universidade Federal do Acre, Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia, Universidade Federal de Sergipe,
Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade, e da Global
Wildlife Conservation, Stony Brook
University.
O zogue-zogue-de-barba-branca
tem coloração única que o diferencia de outras espécies
A espécie possui um padrão de
cores único, com uma barba marcadamente branca, além das costas vermelhas, mãos
e pés cinza-esbranquiçados e a ponta da cauda também cinza-esbranquiçada. Vive
em parte da Chapada dos Parecis em Mato Grosso e Rondônia.
Tem ocorrência confirmada no Parque Nacional de Juruena,
em Rondônia.
A preocupação agora é com a
sobrevivência da nova espécie ameaçada pelo desmatamento
Causou preocupação entre os
pesquisadores a distribuição do zogue-zogue-de-barba-branca, que
coincide com a região de intenso desmatamento, conhecida como Arco do
Desmatamento da Amazônia brasileira. Embora viva em uma área de alto
desmatamento, seu habitat, formado por floresta de transição entre a
floresta úmida amazônica e o cerrado mais seco, fica dentro do Parque Nacional do Juruena
e territórios indígenas. As encostas íngremes do planalto proporcionaram
proteção, tornando seu habitat pouco atraente para o desmatamento em
grande escala que aconteceu em outras partes da região. Devido ao risco que
corre a espécie com essa localização, os cientistas consideram que deve ser
classificada como quase ameaçada de extinção na Lista Vermelha da IUCN.
O zogue-zogue-de-barba-branca só sobrevive hoje porque seu habitat é de
difícil acesso e, portanto, não foi convertido para agricultura em larga
escala.
Com a descoberta do Plecturocebus
parecis, há agora 24 espécies de zogue-zogue descritas. Muitos deles
correndo risco de extinção por viveram na área do arco de desmatamento
da Amazônia.
Fonte: Unemat,
Olhar
direto, Agencia
Brasil, Revista
Galileu, Governo de Mato Grosso, ICMBio, Sci-News, Conexão Planeta, Diário do Estado, Mongabay, GC Notícias, G1 Globo
Foto: Zogue zogue de barba branca_by Fabiano Mattos e Unemat divulgação