Recém descoberto orangotango de tapanuli está criticamente ameaçado de extinção


 Os orangotangos são conhecidos por sua pelagem vermelha e são o maior mamífero arbóreo, passando a maior parte do tempo em árvores. Possuem braços longos, mãos e pés que agarram o que lhes permite a movimentação nas árvores com grande agilidade. Esses grandes primatas compartilham 96,4% dos genes humanos.

Há três espécies de orangotango nas ilhas de Bornéu e Sumatra

Nativos da Indonésia e Malásia, os orangotangos são encontrados nas florestas tropicais de Bornéu e Sumatra. São conhecidas três espécies: o orangotango-de-sumatra (Pongo abelii), orangotango-de-Bornéu (Pongo pygmaeus) e orangotango-de-Tapanuli (Pongo tapanuliensis).

O orangotango-de-Bornéu é o único que possui três subespécies: Pongo pygmaes pygmaeus – encontrado em Kalimantan Central e Ocidental e Sarawak (Indonésia e Malásia). Pongo pygmaes morio – que vive em Kalimantan Oriental e Sabah (Indonésia e Malásia) e, Pongo pygmaes wurmbii – que habita Kalimantan Central e Ocidental (somente na Indonésia).

O recém-descoberto orangotango-de-tapanuli é o mais ameaçado

Dessas espécies e subespécies o que tem demandado maior cuidado com a sua extinção é o orangotango-de-tapanuli.  Essa espécie só foi descrita como distinta em 2017, após um estudo detalhado sobre a genética e a morfologia dos orangotangos selvagens em Bornéu e Sumatra. Sua divulgação teve grande repercussão por se tratar da descoberta de um grande macaco em pleno século XXI.

Como espécie, eles são identificados como tendo cabeças menores e faces mais achatadas em comparação com as outras duas espécies de orangotangos. Está classificado na lista vermelha da IUCN como criticamente ameaçado de extinção.

Maior parte dos orangotangos de tapanuli vivem fora de áreas protegidas

As imagens de satélite combinadas com a contagem de ninhos colocam o número total de orangotangos de Tapanuli em cerca de 800, dos quais 80% vivem fora das áreas protegidas.

Os orangotangos de Tapanuli são encontrados apenas no Ecossistema Batang Toru nos três distritos de Tapanuli no norte de Sumatra, na Indonésia divididos em três subpopulações temporariamente conectadas.

Esta espécie, extremamente inteligente, continua a enfrentar a ameaça de caça e matança, bem como a perda de habitat para a agricultura, desenvolvimento de infraestrutura, mineração de ouro e construção de usinas geotérmicas e hidrelétricas.

Pesquisas indicam que se continuar a situação atual será inevitável a extinção

Em artigo publicado na revista PLOS ONE de janeiro de 2021, pesquisadores concluíram que se mais de 1% dos macacos adultos fossem extraídos da natureza por ano – sejam mortos, translocados ou capturados – a extinção não poderia ser evitada, independentemente do tamanho inicial da população. Sem esforços para evitar mais perdas populacionais, a espécie pode se extinguir dentro de algumas gerações. A fragmentação contínua das florestas de Batang Toru está aumentando o risco.

Para os pesquisadores, nas taxas atuais em que seu habitat está sendo perdido e em que o primata está sendo caçado, a extinção do orangotango-de-tapanuli é inevitável. No entanto, afirmam que é possível evitar o colapso se houver a prevenção de qualquer fragmentação e matança ou outra remoção de animais da população remanescente. Sem uma ação coordenada para conseguir isso, as populações restantes de pongo tapanuliensis estão condenadas ao desaparecimento dentro de várias gerações de orangotangos.

Entre os esforços positivos para a conservação do orangotango-de-tapanuli é digno de nota o Programa de Conservação do Orangotango de Sumatra (SOCP) que tem realizado trabalho de reabilitação de orangotangos confiscados do tráfico ilegal e sua posterior soltura na floresta para formar novas populações geneticamente viáveis ​​em blocos florestais protegidos.

Fonte: PLOS ONE , Mongabay, Safaris africana, Orangutan conservancy, Nettral.News,WWFSOCP, IUCN/SSC Primate specialist group

Foto: Orangotango-de-Tapanuli- Maxime Alliaga