O falcão da Hispaniola: estratégias e sucessos na conservação de uma espécie que chegou à beira da extinção


 O falcão da Hispaniola (Buteo ridgwayi) também conhecido como falcão de Ridgway ou gavião da Hispaniola é uma ave de rapina que habita exclusivamente a ilha de Hispaniola, partilhada pelo Haiti e pela República Dominicana, no Caribe. Este pássaro enfrenta um sério risco de extinção, categorizado como Criticamente Ameaçado pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), devido principalmente à perda de habitat e à perseguição humana.

Espécie é endêmica da ilha da Hispaniola, no Caribe

Originalmente, o falcão da Hispaniola ocupava toda a ilha de Hispaniola e algumas ilhas adjacentes. No entanto, o desmatamento e a alteração de habitat reduziram significativamente sua distribuição. Atualmente, as populações remanescentes estão confinadas ao Parque Nacional Los Haitises e à Península de Samaná na República Dominicana, com registros recentes de uma população reprodutora nas ilhas de Les Cayemites, no Haiti.

Sua dieta é de pequenos animais como répteis, anfíbios, roedores e pássaros.

A dieta do falcão da Hispaniola é variada, consistindo principalmente de répteis, o que compõe até 90% de sua alimentação. Também consome anfíbios, roedores, morcegos, pequenos pássaros e sapos, desmentindo a crença local de que representa uma ameaça significativa para as aves domésticas.

Há várias ameaças à sobrevivência do gavião da Hispaniola

As principais ameaças à sobrevivência do falcão da Hispaniola incluem o desmatamento para uso agrícola e expansão urbana, perseguição por fazendeiros, eletrocussão em postes de energia, e infestações de larvas de moscas no ninho, que prejudicam o desenvolvimento dos filhotes. A perseguição humana, motivada por curiosidade, perseguição por criadores de aves ou desejo de captura para comércio, exacerba ainda mais o risco de extinção desta espécie.

Esforços de Conservação inclui programas de reintrodução e de educação ambiental

Desde o início do século XXI, organizações locais e internacionais têm se mobilizado para reverter o declínio da população do falcão da Hispaniola. O Fundo Peregrino e parceiros locais como a Fundação Propagas e a Fundação Grupo Puntacana têm liderado esforços para a reintrodução e monitoramento da espécie em áreas protegidas e resorts ecológicos. Programas de educação ambiental e atividades de conscientização, como o Dia do Falcão da Hispaniola, celebrado em 25 de maio, complementam as ações de conservação, visando reduzir a perseguição e promover a coexistência pacífica com as comunidades locais.

Resultados indicam sucesso e perspectivas futuras são animadoras

Os esforços concentrados de conservação têm mostrado sinais promissores de sucesso. A população do falcão da Hispaniola, que estava entre 250 e 300 indivíduos no início do século, agora é estimada em cerca de 450 indivíduos, graças a programas de reintrodução e ao trabalho incansável de organizações e voluntários. A identificação de novas populações reprodutoras e o aumento do número de indivíduos em áreas como Los Haitises são vitórias significativas para a conservação.

Apesar desses avanços, a longo prazo, a sobrevivência do falcão da Hispaniola permanece incerta sem a continuidade dos esforços de conservação e a mitigação das ameaças à sua existência. A expansão dos programas de reintrodução e o fortalecimento das estratégias de conservação ambiental são cruciais para garantir um futuro sustentável para esta espécie emblemática.

Fontes: The Peregrine Fund, Extinción Animal, Diario Libre (1), Diario Libre (2), Listin Diario,, BirdLife International, Global Giving, Zoodom, Fundación Grupo Puntacana, El Nacional , Ritmo Social, Touring Dominican Republic

Fotos: Falcão da Hispanhola_Diário Libre e segunda foto: Falcão da Hispaniola_by Marvin Del Cid