Antas ou tapires,
como são conhecidos popularmente os mamíferos do gênero tapirus, habitam
o continente americano e o sudeste asiático. Atualmente são
conhecidas cinco espécies, quatro nas Américas central e do sul e uma no
sudeste asiático. São elas:
Existem cinco espécies de
antas, a maioria em risco de extinção
a. Anta
asiática (Tapirus indicus), que se encontra em perigo de extinção
(EN) e pode pesar entre 250 a 320 quilos. Atualmente, ela pode ser vista nos
seguintes países: Myanmar, Indonésia (em Sumatra), Tailândia, Laos, Vietnã e
Malásia.
b. Anta
Brasileira (Tapirus terrestris) que é considerada vulnerável
(VU) pela IUCN, pesa no mínimo 150 quilos e no máximo, 320 quilos. Ela está
presente nos seguintes países: Guiana Francesa, Suriname, Argentina, Colômbia,
Brasil, Bolívia, Suriname, Paraguai, Equador, Venezuela e Peru.
c. Anta
da montanha (Tapirus pinchaque) pesa entre 150 quilos e 225 quilos e
está ameaçada de extinção (EN). O animal pode ser encontrado nos
seguintes países: Peru, Equador e Colômbia. Estando extinta na Venezuela e
Bolívia.
d. Anta-pretinha
(Tapirus kabomani) descrita somente em 2013 ainda não é possível saber
seu grau de perigo de extinção. Essa
anta é bem menos pesada do que as outras, não superando os 110 quilos. Ocorre
na América do Sul. No Brasil foi encontrada no sul do Amazonas, em Rondônia,
Mato Grosso e Amapá. Habita ainda a Colômbia e a Guiana Francesa.
e. Anta
centro-americana ou anta-de-Bairdi (Tapirus bairdii). Seu peso
pode chegar a 400 quilos, sendo a maior e mais pesada de todas as antas. Ela
está em perigo de extinção (EN) e pode ser encontrada nos países da: Costa
Rica, Belize, Colômbia, Guatemala, Honduras, México, Panamá e Nicarágua. Está
extinta em El Salvador.
A situação da anta-de-Bairdi é
a mais preocupante
Dessas espécies de antas ou
tapires a que mais preocupa os conservacionistas é a anta-de-Bairdi(Tapirus
bairdii) que é o maior e mais pesado mamífero terrestre existente nas
Américas central e do sul, Além de pesar até 400 kg, pode atingir 2,50 m. de
comprimento e 1,20 m de altura no ombro, sendo a maior de todas as antas.
Atualmente a anta-de-Bairdi
é classificada na Lista
Vermelha da IUCN como ameaçada de
extinção (EN). Esse status de ameaçada é baseado em declínios
populacionais contínuos e a perspectiva de que continuem no futuro devido à
perda de habitat, fragmentação e pressão de caça. A América Central
perdeu 70% das florestas nos últimos 40 anos, principalmente devido às estradas
que agora cortam a área de distribuição das antas. Como a região
centro-americana é formada por uma estreita faixa de terra, a fragmentação
dos habitats ocorre com mais facilidade levando a formação de grupos isolados
de animais.
Fragmentação do habitat das
antas dificultou o fluxo gênico entre subpopulações isoladas
Como consequência, a perda de
habitat combinada com caça significativa em toda a sua extensão, devastou a
espécie e deixou as antas remanescentes em subpopulações isoladas,
dificultando o fluxo
gênico entre os grupos. A endogamia nessas
subpopulações pode torna-las geneticamente inviáveis devido a lenta taxa
reprodutiva das antas, que torna difícil a sua rápida recuperação.
Sua população total hoje é
formada por grupos isolados entre si. Uma estimativa realizada em 2006 apontava
para menos de 5.500 antas-de-Baird na natureza, sendo que destas abaixo
de 1.500 se encontravam no México, na Guatemala abaixo de 1.000, em Honduras menos
de 500, na Nicarágua abaixo de 500, no Panamá menos de 1.000, na Costa Rica
abaixo de 1.000, sendo que na Colômbia cerca de 250. Atualmente a estimativa total da população é
inferior a 5.000 indivíduos.
Ação coordenada de
conservacionistas de vários países busca salvar a anta-de-baird
Os conservacionistas temem
que o habitat das antas possa ser reduzido ainda mais devido às mudanças
climáticas. Uma parte de seu habitat tem água limitada durante a estação
seca, que piora a cada ano, reduzindo ainda mais as áreas onde vive a
espécie tornando-as inadequada para as antas. Essa é uma situação que afeta
principalmente a subpopulação do México.
Várias organizações se uniram num
esforço concentrado para salvar a anta centro-americana na Aliança de Sobrevivência das Antas
de Baird (BTSA) num esforço regional coordenado e de longo prazo. Nessa
aliança estão representados membros dos países onde é encontrado o animal. Um
dos membros ativos do grupo é o Projeto
Tapir Nicarágua.
Foto: Anta-de-Bairdi_ Corcovado National Park-divulgação