O taruca (Hippocamelus
antisensis) também conhecido como huemul-do-norte, é um veado
encontrado apenas na Cordilheira dos Andes, do Peru, passando
pela Bolívia, extremo nordeste do Chile, e no noroeste da Argentina.
São animais acostumados a viver em
grandes altitudes, entre 2.500 e 5.200 metros acima do nível do mar. São
animais diurnos e entre suas atividades sociais incluem pastar em pequenos
grupos, onde há um macho com três ou quatro fêmeas e alguns filhotes. São
conhecidos por serem muito tímidos e fogem ao primeiro sinal de perigo.
Sua aparência e tamanho e o fato
de possuírem galhadas com bifurcação os tornam semelhantes ao huemul-do-sul
(Hippocamelus bisulcus) que vive no sul da Argentina e Chile.
No entanto os chifres do taruca bifurcam-se a partir da base, ao
contrário do seu parente próximo o huemul do sul cujos chifres não se
dividem da base.
Caça para obtenção de chifres
como troféus contribuem para tornar a espécie mais rara
A caça sem moderação
associada às mudanças feitas pelo homem em seu habitat tornou a espécie cada
vez mais rara. Foi catalogada como vulnerável (VU) internacionalmente na
Lista
Vermelha da IUCN. O tamanho da população nos países onde ocorre é estimado
em: 750-1.000 indivíduos no Chile, 1.900 a 3.000 na Argentina,
5.000-6.000 na Bolívia e entre 9.000 a 13.000 no Peru. Portanto a
estimativa da população total para a espécie estaria entre 16.500 a 23.000
indivíduos.
Na Bolívia e Chile taruca
resiste a várias ameaças decorrentes da destruição do habitat
As ameaças à espécie
incluem competição com gado doméstico, destruição de habitat, caça
para obtenção de troféus e predação por cães domésticos. Na Bolívia,
as principais ameaças são a destruição do habitat e a caça ilegal.
Os chifres são usados na medicina tradicional para curar a paralisia facial e a
carne seca é usada pelas populações rurais.
As ameaças no Chile
incluem conflitos com agricultores locais, predação por cães domésticos
e deslocamento de seu antigo habitat (desfiladeiros com cursos d'água) para
áreas mais secas. Em 2020 foi constatado que a população de tarucas no
norte chileno triplicou com base nos avistamentos feitos no Parque Nacional Lauca,
em Arica e Parinacota
Taruca foi declarado monumento
nacional na Argentina
Na Argentina são caçados
pelos chifres, o macho é morto e as fêmeas ficam sozinhas e assim têm mais
chances de serem mortas pelos pumas (Puma concolor) e raposas
vermelhas (Lycalopex culpaeus). Há ainda a competição com o gado
doméstico pelos quais são infectados com carrapatos que trazem doenças. Como
são animais que vivem em grupos, o avanço das colheitas e a criação de estradas
tornam-nos isolados e acabam se reproduzindo dentro do próprio grupo e não há
então fluxo genético, ocorrendo doenças degenerativas.
Em 1996, a taruca foi
declarada Monumento Natural Nacional argentino que lhe confere a mais alta
categoria de conservação em nível nacional. Desde 2011, o Ministério
do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Argentina executa um
Projeto Nacional de Conservação de Taruca, no qual são monitoradas o estado das
populações distribuídas pelo noroeste do país. Em dezembro de 2018, o Banco
Central da República Argentina imprimiu uma série de notas de 100 pesos com a taruca
como figura central.
Fonte: Animal Diversity, Artigos.wiki, Extinción Animal , Página12, economis, Billiken, BiobioChile
Foto: Taruca-Billiken