Uma das maiores espécies de águias do mundo, a águia das Filipinas (Pithecophaga jefferyi) ou haribon como é conhecida pelos nativos das ilhas, somente são encontradas em quatro das mais de 6.000 ilhas do arquipélago filipino: Luzon, Samar, Leyte e Mindanao. A maioria da população se encontra em Mindanao. O imponente predador tem uma envergadura de poucos mais de dois metros. Os olhos azul-acinzentados do pássaro podem ver oito vezes mais claramente do que os olhos humanos. Como um predador de topo da cadeia alimentara, a águia filipina serve como um barômetro da saúde da floresta: a existência de um casal reprodutor é uma prova de um ecossistema saudável.
Conhecida também como águia
comedora de macacos
A águia filipina habita
florestas montanhosas - principalmente em montanhas íngremes e escarpadas. Sua
dieta varia dependendo da disponibilidade de presas em diferentes ilhas. É conhecida
por capturar macacos nas árvores, daí também ser chamada de: águia comedora de
macacos. Uma de suas principais espécies de presa é o lêmure voador filipino
(Cynocephalus volans), embora também cace civetas de palmeira (Paradoxurus
hermaphroditus), macacos, cobras, lagartos e às vezes outras aves de
rapina.
Destruição do habitat tem
causado declínio da águia filipina
Estimativa mais recente de 2021 da Philippine Eagle Foundation
(PEF), indica que existem mais de 1.000 pares de águias filipinas ou cerca de
2.000 águias individuais devem existir.
Destas, atualmente, cerca de 400 pares de águias filipinas estão
nidificando na floresta do sudeste de Mindanao. Estes números a colocam
na lista
vermelha da IUCN como criticamente ameaçada (CR).
As populações de águias
filipinas sofreram um declínio acentuado, principalmente como resultado da
destruição do habitat. Seus números têm caído constantemente nos últimos
cinquenta anos devido à perseguição humana, ao corte de florestas antigas do
país e à conversão de florestas de terras baixas em fazendas e assentamentos
humanos. Muitas florestas tropicais nas Filipinas foram
desmatadas para extração de madeira e cultivo para fins agrícolas. As
atividades de mineração e caça constituem outras ameaças. Além disso as
gigantescas árvores tropicais onde as águias nidificam são valorizadas entre os
madeireiros ilegais por sua madeira.
O Plano
de Conservação Integrado da Águia das Filipinas do Departamento de Meio
Ambiente e Recursos Naturais (DENR) e seus parceiros têm a tarefa de
procurar, registrar e proteger as árvores de nidificação para permitir que a
população de águias das Filipinas sobreviva e prospere. Argumentam que ave
nacional tem sido um dos principais indicadores da saúde florestal. E
que o declínio contínuo dessas aves de rapina é consequência do declínio
da cobertura florestal.
Governo filipino e
organizações da sociedade civil se mobilizam para salvar a águia
A população e organizações
conservacionistas tem se mobilizado para proteger essa ave símbolo das Filipinas.
No final de 2021, os defensores da conservação pediram ao governo que pare as
atividades de corte de árvores na Área de Conservação do Monte
Makahabol-Alikoson, um antigo local de nidificação da águia filipina. O
movimento reuniu organizações da sociedade civil como a Philippine Eagle Foundation(PEF),
Fundação Haribon e povos indígenas para
interromper o corte de 121 árvores antigas na área e proteger o que eles
descreveram como um antigo local de nidificação da águia filipina. No
final do ano o governo ordenou a suspensão do corte das árvores.
Outras atividades realizadas para
a proteção da águia incluem a libertação de cada ave de rapina reabilitada,
e a Philippine Eagle Foundation
trabalha com autoridades locais para realizar campanhas de educação sobre a
vida selvagem em comunidades que vivem dentro e perto do território da águia
para protege-las.
Fonte: Edge of
existence, BirdLife,
Animal
diversity, National
Geographic, Inquirer.net,
Philippine News Agency, Businessmirror,
Inquirer.net,
Philippine Eagle Center,
Benar
News, Business
World, Mongabay
Foto: Águia das Filipinas-Ferndinand Recio-Instagram