Austrália adota medidas para salvar o coala da extinção


O Ministério Federal do Meio Ambiente da Austrália anunciou no último dia 11 de fevereiro que a listagem da espécie coala (Phascolarctos cinereus) será atualizada de “vulnerável” para “ameaçada de extinção” em Nova Gales do Sul, Queensland e no Território da Capital Australiana. A estimativa é de que um terço da população da costa leste foi perdida nos três anos de 2018 a 2021. O coala está listado como "vulnerável" na Lista Vermelha da IUCN.

Milhões de dólares destinados à salvação do coala

O governo australiano anunciou ainda que gastará um recorde de US$ 50 milhões de dólares australianos (equivalente a US$ 35 milhões de dólares americanos) nos próximos quatro anos para aumentar a proteção a longo prazo e a recuperação de sua população de coalas. De acordo com o anuncio, o fundo a ser criado servirá para restaurar o habitat dos coalas, melhorar a compreensão das populações de coalas, apoiar o treinamento no tratamento e cuidados com os coalas e fortalecer a pesquisa sobre os resultados da saúde dos coalas.

O anúncio, feito pelo Ministério do Meio Ambiente do país, veio dois anos depois que um inquérito parlamentar previu que os coalas poderiam ser extintos até 2050 sem intervenção urgente do governo. O que foi confirmado pelo Comitê Científico para Espécies Ameaçadas, uma agência governamental independente, que estimou que a população de coalas saltou de 185.000 em 2001 para 92.000 em 2021. Para a Humane Society International, os coalas na Costa Leste podem desaparecer até 2050 se nada for feito.

Se não houver mudanças o coala pode se extinguir até o ano de 2050

Em 2020, o WWF-Austrália, o Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal e a Humane Society International alertaram as autoridades para listarem o coala como uma espécie ameaçada de extinção. Essas organizações descobriram que as populações de coalas nos estados de Queensland e Nova Gales do Sul diminuíram 50% ou mais desde 2001.

O decréscimo da população da espécie é devido a que seus habitats foram atingidos por seca prolongada, incêndios florestais e desmatamento de árvores. Mas mesmo antes dos incêndios, os habitats dos coalas estavam em rápido declínio devido ao desmatamento para agricultura, desenvolvimento urbano, mineração e silvicultura. Os coalas vivem principalmente em florestas de eucalipto nos estados do leste e nas margens costeiras.

Governo australiano deve abordar com mais seriedade os impactos das mudanças climáticas

De acordo com a Australian Koala Foundation a perda de 30% dos coalas nos últimos três anos, em números estimados significa que haviam cerca de 80.000 em 2018 e caíram para menos de 58.000, com o pior declínio em New South Wales, onde os números caíram 41%. Um relatório encomendado pelo World Wildlife Fund-Austrália estimou que 60.000 coalas foram mortos, feridos ou afetados de alguma forma nos incêndios de 2019 e início de 2020, quando as chamas queimaram uma área de quase metade do tamanho da Alemanha.

Alertam cientistas de que a Austrália e o governo devem ser mais rápidos em proteger o habitat crítico do desenvolvimento e do desmatamento e abordar com mais seriedade os impactos das mudanças climáticas, caso contrário, será inevitável o declínio desse animal icônico e reconhecido no mundo inteiro como símbolo australiano.

Fonte: CNN , New York Times, El Nacional.cat, The Guardian, Cosmos, NBC, Sidney Morning Herald, CBC

Foto: Coala- O Tempo