Luz no fim do túnel: a redescoberta, após 20 anos, do picanço-de-crista-amarela no Congo.


A redescoberta do picanço-de-crista-amarela (Prionops alberti) nas florestas da República Democrática do Congo (RDC) representa um marco significativo nos estudos de conservação e biodiversidade. Esta espécie, invisível aos olhos humanos por quase duas décadas, foi recentemente avistada por uma equipe de cientistas da Universidade do Texas em El Paso (UTEP), liderada por um ornitólogo e professor assistente do Departamento de Ciências Biológicas. A descoberta, fruto de uma expedição de seis semanas ao maciço de Itombwe, uma área de difícil acesso devido a questões de segurança e conflitos regionais, trouxe não apenas esperança para a conservação de espécies ameaçadas, mas também ressaltou a urgência em proteger os ecossistemas vulneráveis do planeta.

Características e habitat da espécie

O picanço-de-crista-amarela, também conhecido como picanço-capacete do Rei Alberto, é uma ave que se destaca por sua plumagem preta uniforme e uma crista amarela brilhante ao nível dos olhos, características que contribuem para sua singularidade estética e o interesse científico que desperta. Endêmico das encostas ocidentais do Rift Albertine, na República Democrática do Congo, este pássaro enfrenta ameaças significativas devido às atividades humanas, como mineração, exploração madeireira e desmatamento para agricultura, que estão avançando rapidamente sobre as florestas da cordilheira de Itombwe.

A ave era considerada desparecida

A inclusão do picanço-de-crista-amarela na lista de "aves desaparecidas" da American Bird Conservancy foi motivada pela ausência de evidências fotográficas e gravações sonoras por mais de uma década. Esta classificação alarmante incluiu a ave no projeto "Search for Lost Birds", uma iniciativa conjunta de organizações como a American Bird Conservancy, BirdLife International e Re:wild, dedicada a localizar aves que haviam desaparecido aos olhos do mundo.

Pesquisas resultaram positivas na identificação e fotografias da ave

A equipe de cientistas da UTEP, em colaboração com pesquisadores congoleses do Centre de Recherche en Sciences Naturelles, empreendeu uma jornada desafiadora de mais de 120 quilômetros a pé pelo maciço de Itombwe. Durante a expedição, que ocorreu entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, os pesquisadores conseguiram não apenas avistar cerca de 18 exemplares do picanço-de-crista-amarela em três locais diferentes, mas também capturar as primeiras fotografias da espécie em quase vinte anos. Este feito, confirmado pela American Bird Conservancy, marca um avanço significativo no conhecimento e na conservação desta espécie rara.

Descoberta e esforços de conservação

A redescoberta do picanço-de-crista-amarela inspira esperança na possibilidade de uma população ainda saudável nas florestas remotas da região, apesar das ameaças ambientais crescentes. Os esforços de conservação que estão sendo discutidos e implementados atualmente buscam proteger as florestas da região e, por extensão, a própria espécie. Este momento crucial destaca a necessidade contínua de explorar e preservar as áreas naturais mais remotas e inacessíveis do planeta, sublinhando a importância de proteger ecossistemas ricos em biodiversidade antes que espécies únicas como o picanço-de-crista-amarela desapareçam para sempre.

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Fontes: Forbes, Popular Science, IFL Science, San Antonio Express-News, Medium, SCI-News, Greenme, The University Texas al El Paso 

Foto: Picanço-de-crista-amarela_ by Matt Brady/UTEP