A raposa de Darwin, endêmica do Chile, é um dos canídeos mais ameaçados do mundo


 A raposa de Darwin (Lycalopex fulvipes) é uma espécie de canídeo endêmica do Chile, pertencente ao gênero Lycalopex. Também é conhecida como zorro chilote ou zorro de Darwin em espanhol. Este pequeno canídeo, de pelagem escura e dimensões modestas, pesa entre 1,8 a 3,95 kg e apresenta um comprimento de cabeça e corpo que varia de 48 a 59 cm, com uma cauda que pode medir de 17,5 a 25,5 cm. Os machos dessa espécie não exibem comportamento territorial e não demonstram agressividade em relação a outros machos que adentram seu território.

Endêmica do Chile a espécie se diferencia de outras por ser menor e mais escura

A raposa de Darwin é encontrada exclusivamente nas florestas tropicais temperadas do sul do Chile e é mais ativa durante o crepúsculo e o período antes do nascer do sol. Diferentemente de outras espécies do gênero Lycalopex, essa raposa é menor e mais escura. O nome científico, Lycalopex, destaca sua relação distante com os lobos, o que a diferencia das verdadeiras raposas. Sua dieta é constituída principalmente de insetos e pequenos mamíferos, eventualmente consome também aves, répteis, anfíbios e frutas o que a caracteriza como um dispersor de sementes.

Existem somente duas populações separadas da raposa de Darwin

A história de sua descoberta remonta a 1834, quando o naturalista Charles Darwin coletou pela primeira vez espécimes na ilha de San Pedro, no litoral chileno. No entanto, evidências sugerem que a espécie já habitava o continente antes da separação da ilha de Chiloé há cerca de 15 mil anos. Atualmente ocorre em duas populações diferentes. Uma que é encontrada nas florestas da ilha de Chiloé e a outra no continente, na Cordilheira costeira do Chile.

Sua população a coloca como um dos canídeos mais raros do mundo

A atual classificação da raposa de Darwin como "Em Perigo" (EN) pela IUCN reflete a preocupação com sua conservação. Segundo o Protocolo de Monitoreo del Zorro de Darwin de 2022, a população total estimada é de pouco mais de 600 indivíduos, com uma quantidade mínima de 227 no continente e 412 na Ilha de Chiloé. Seus números a colocam como um dos canídeos mais ameaçados do mundo.

Felizmente a espécie habita várias áreas protegidas tanto públicas quanto privadas

A raposa de Darwin habita diversas áreas protegidas, incluindo o Parque Nacional Nahuelbuta, o Parque Nacional Alerce Costero e Parque Nacional Chiloé e as áreas protegidas privadas: Reserva Caramávida, Parque Oncol, Reserva Costeira Valdiviana e Parques Tantauco, Ahuenco e Tepuhueico.

Uma das grandes preocupações para a conservação da raposa são os cães que voltaram ao estado selvagem

A fragmentação da floresta nas proximidades do Parque Nacional Nahuelbuta, bem como na ilha, representa uma ameaça significativa para sua sobrevivência. Além disso, os cães selvagens são uma grande preocupação, pois podem transmitir doenças ou atacar as raposas diretamente. A perseguição por parte de pessoas que erroneamente acreditam que as raposas representam uma ameaça às aves domésticas também é um problema potencial.

Há somente um local onde são mantidas raposas em cativeiro

 Hoje, as únicas raposas de Darwin em cativeiro são mantidas pela Fauna Andina, próximo a Villarrica, onde a reprodução bem-sucedida foi alcançada após resgates de ataques de cães e posse ilegal em Chiloé.

A raposa de Darwin é uma espécie única e ameaçada de extinção, endêmica do Chile, que enfrenta desafios significativos em sua conservação. É essencial continuar a pesquisa e implementar medidas de proteção para garantir a sobrevivência desta espécie singular e importante para o ecossistema chileno.

Fontes: Alchetron, Kaieteur News, Extinción Animal, The Nature Conservancy, La Tercera, Sur Actual, Protocolo de Monitoreo del Zorro de Darwin

Fotos: Raposa de Darwin_by Kevin Schafer e segunda foto: Raposa-de-Darwin_Sur Actual