Em recentes expedições científicas às montanhas do leste de Minas Gerais, um ecossistema rochoso da Mata Atlântica brasileira, pesquisadores fizeram uma notável descoberta: uma nova espécie de borboleta. Conforme anunciado em setembro de 2023, na prestigiada revista Zootaxa, esta nova espécie foi nomeada Agojie rupicola. Este nome presta homenagem às guerreiras Agojie do antigo reino de Daomé, na África Ocidental, bem como ao ambiente rochoso onde foi descoberta.
Além de nova espécie a
borboleta-guerreira-das-pedras, contribui para criação de novo gênero
Sua coloração castanho-avermelhada a
distingue e, após detalhados estudos, em que participaram pesquisadores do
Museu Nacional da UFRJ, do Instituto
Nacional da Mata Atlântica (INMA) e da Universidade
Federal de São João del-Rei (UFSJ), verificou-se que essa borboleta exibe
características que justificam a criação de um novo gênero. Para aproximar tal
descoberta do público em geral e da comunidade científica, foi também atribuído
a ela um nome popular, "borboleta-guerreira-das-pedras".
Uma importante contribuição para
essa pesquisa teve origem numa doação de 250 espécimes de borboletas e
mariposas pelo INMA ao Museu Nacional/UFRJ em 2022, visando reerguer a coleção
científica do museu após um devastador incêndio de 2018.
Diversas ameaças colocam a nova
borboleta em risco de extinção
Entretanto, a borboleta-guerreira-das-pedras
já se encontra sob grave risco. Sua presença é observada em uma área
geograficamente restrita e, lamentavelmente, a qualidade ambiental do local tem
degradado. A região, situada nas montanhas da Bacia do Rio Doce, enfrenta
problemas como invasões de vegetações exóticas, que afetam diretamente a
fauna nativa, e também incêndios criminosos, que ameaçam diretamente a
sobrevivência da nova espécie.
Criação de uma nova unidade de
conservação ajudaria na proteção da Agojie rupicola
Visando combater tais desafios,
pesquisadores estão em plena mobilização para designar a região como uma
unidade de conservação. Através de diálogos com comunidades locais, órgãos
ambientais e autoridades públicas, buscam desenvolver estratégias
eficazes de preservação. Para respaldar esses esforços, uma proposta de unidade
de conservação está em elaboração com o apoio do Plano
de Ação Territorial Capixaba-Gerais, um instrumento importante que busca
desenvolver ações para proteger espécies ameaçadas de extinção.
Fonte: Revista
Galileu, TV
Jornal, Agencia
Bori, UOL,
Último
Segundo
Foto:Borboleta-guerreira-das-pedras_Thamara Zacca_Acervo Museu UFRJ