Possivelmente extinto, continuam as buscas ao colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron

O colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron (Piliocolobus waldronae) é um primata notório não apenas por suas características distintas, mas também por sua trajetória de extinção e reaparição. Esse primata, nativo da África Ocidental, permaneceu desaparecido aos olhos da ciência durante várias décadas, o que levou muitos a acreditar que a espécie estava realmente extinta.

Espécie era encontrada somente na Costa do Marfim e em Gana, na África Ocidental

Encontrado em florestas tropicais úmidas e semidecíduas, bem como em florestas pantanosas, o colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron utiliza predominantemente o dossel superior dessas florestas. As florestas de copa alta no sudeste da Costa do Marfim e no sudoeste de Gana servem, provavelmente, como seus habitats exclusivos.

Este macaco africano, com pelo preto cobrindo a maior parte de seu corpo, possui um padrão distinto de pelo vermelho brilhante na testa e nas coxas, distinguindo-o de outros colobos. Ele cresce até cerca de 1 m de altura e tem uma cabeça pequena proporcionalmente ao corpo.

Os colobos-vermelho-da-senhorita-Waldron tradicionalmente formavam grandes grupos familiares de mais de 20 indivíduos. Como animais sociais e altamente vocais, frequentemente se comunicam uns com os outros através de chamadas altas, gritos e tagarelice.

Caça é fator relevante para a possível extinção do colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron

Vários fatores têm contribuído para o declínio deste macaco levando-o à possível extinção. A caça tem sido uma ameaça contínua, com vários predadores caçando-os, entre os quais chimpanzés, leopardos, pítons, águias e humanos. O comércio de carne de caça, tanto subsistência quanto comercial, impactou fortemente as populações dessa espécie. Além disso, o acesso facilitado ao interior da floresta devido à construção de estradas madeireiras intensificou a pressão de caça.

A perda de habitat tem sido outro fator crucial. As florestas tropicais, onde antes floresciam, têm sido cada vez mais devastadas. Especificamente, a Costa do Marfim sofreu desmatamento decorrente da indústria do cacau, diminuindo ainda mais o habitat disponível.

Desmatamento na região está devastando o habitat do colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron

O desmatamento na Costa do Marfim foi intenso, havendo somente 2% da floresta primária original. A floresta Tanoé, é um dos últimos remanescentes florestais do país, e apesar de seu valor de conservação permanece desprotegida e ameaçada pela expansão das plantações de dendezeiro. Organizações como o Rainforest Trust e o CSRS estão trabalhando para criar uma reserva florestal comunitária para proteger esse remanescente florestal. Esse foi o local onde o colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron foi visto pela última vez e onde se acredita que ainda existe.

Há mais de 40 anos não é visto um exemplar do colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron

A última vez que um primatologista observou o colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron em estado selvagem foi em 1978. A espécie foi considerada extinta por um curto período até 2002, quando um caçador trouxe um exemplar morto recentemente. Além disso, chamados atribuídos ao colobo foram ouvidos em 2008, mas sem avistamentos subsequentes. Um dos problemas para identifica-lo é que não há fotos conhecidas desse primata.

Devido à incerteza em torno do status da espécie, a União Internacional para a Conservação da Natureza, em 2019, categorizou-a como "criticamente ameaçada (possivelmente extinto)". A possível extinção deste primata teria sido um marco triste, marcando a primeira extinção de primatas em quase 500 anos.

Comunidade científica ainda tem expectativa de encontrar pequeno grupo da espécie

No entanto, ainda há esperança. Pesquisadores e conservacionistas, motivados por fotografias de macacos mortos tiradas por caçadores ilegais pós-2000, acreditam que a subespécie ainda pode persistir em algumas áreas remotas. Instituições como o Centro Suíço de Pesquisa Científica na Costa do Marfim (CSRS), em parceria com a ReWild, Wildlife Conservation Society e Florida Atlantic University, estão realizando pesquisas na Costa do Marfim em busca de evidências da existência continuada deste colobo. Focam especificamente na Selva Tanoé, no canto sudeste da Costa do Marfim.

Em Gana, país fronteiriço a Costa do Marfim, também tem surgido evidências de que o colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron possa não estar extinto.

O destino do colobo-vermelho-da-senhorita-Waldron ainda está nas mãos da humanidade. A história deste primata serve como um lembrete da urgente necessidade de conservação, não apenas para ele, mas para todas as espécies à beira da extinção.

Fontes: Palm Oil Detectives, The Revelator, UFV, Animali.bio, Recent Extint Species, Rewild, Bioexplorer, Chegg, Mongabay, Innovations Report, DW, Treatment Bank, IUCN/SSC Primate Specialist Group

ILUSTRAÇÃO: Colobo Vermelho da senhoria Valdron__Ilustração por by Stephen D. Nash (Não há fotos desse primata)