Descoberto em 2013, o coandu-mirim
(Coendou speratus) foi reconhecido como uma nova espécie por
pesquisadores da Universidade Federal do
Espírito Santo (UFES), da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade
Rural de Pernambuco (UFRPE). Sua descrição foi publicada na edição de julho
de 2013 da revista científica Zootaxa. A
nova espécie de porco-espinho arborícola, que habita um dos ecossistemas mais
ameaçados do país, recebeu o nome de “speratus” que significa “esperança” o
que, para os pesquisadores, representa a expectativa na conservação do animal e
a recuperação da Mata Atlântica.
Espécie vive numa região restrita
e altamente fragmentada
A espécie é endêmica do Brasil,
com uma presença restrita às regiões do sul de Alagoas e norte de Pernambuco,
especificamente nas Florestas Costeiras ao norte do rio São Francisco, em uma
região integrada ao Centro de Endemismo de Pernambuco. Foi registrado em localidades específicas de
Pernambuco, como Mata do Tauá, Boca da Mata, Mata do Xanguazinho e Mata da
Barragem na Usina Trapiche, no Refúgio Ecológico Charles Darwin e na RPPN Pedra
D’Antas.
O traço que o distingue de outros
ouriços são as pontas avermelhadas de seus espinhos
O coandu-mirim é um roedor de
cor amarelo-limão, com espinhos
castanho-escuros com pontas avermelhadas, uma característica distintiva. A
espécie apresenta um corpo pequeno, cauda longa e flexível, e parece
completamente espinhosa, pois não possui pelo longo. Os espinhos dorsais se
destacam pelas pontas visivelmente vermelhas acastanhadas que contrastam com a
cor enegrecida do fundo dorsal. Seu peso é de cerca de 1,5 kg.
Sua dificuldade de saltar entre
os galhos o obriga a escalar para transitar entre árvores
O coandu-mirim é
predominantemente noturno, se alimentando principalmente de sementes, seiva de
árvores e brotos. Durante o dia, busca abrigo em troncos de árvores ocas para
descanso. Sua mobilidade é notável, usando a longa cauda para auxiliar na
locomoção entre as árvores. Entretanto, devido à falta de capacidade para
saltar entre os galhos, muitas vezes é forçado a escalar para transitar entre
as árvores.
Embora recentemente descoberto já se encontra em sério risco de extinção
Apesar de sua, relativamente,
recente descoberta, o coandu-mirim já enfrenta sérios riscos de
extinção. Estima-se que cerca de 98% de seu habitat natural foi destruído. A
espécie também enfrenta ameaças de caça predatória e fragmentação do
habitat. Atualmente, consta na Lista Vermelha da União Internacional para a
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) e no Livro Vermelho da
Fauna Brasileira como Ameaçada de Extinção (EN).
Alta fragmentação com populações
isoladas do coandu-miriam dificulta a manutenção da variabilidade genética.
Devido a alta fragmentação de seu
habitat as populações do coandu-mirim ficam isoladas umas das outras,
dificultando a reprodução e aumentando o risco de consanguinidade, o que
revela a necessidade de rápida intervenção humana para restaurar a conectividade
entre os habitats e outras medidas para evitar a redução da variabilidade
genética.
Fontes: IMA, GBIF, Mongabay, UFES, Diário de Pernambuco, SEMA, GreenMe, RedOrbit, Zootaxa, G1Globo
Fotos: Coandu-mirim_Hotel fazenda Amaragi e Coandu-mirim_G1Globo