A arara-verde-grande (Ara
ambiguus) é uma espécie de arara considerada uma das maiores do gênero Ara,
medindo entre 85 e 90 centímetros. Está classificada com em perigo crítico
de extinção (CR) na Lista
Vermelha da IUCN, estima-se que sua população global seja inferior a 3700
indivíduos. Sua distribuição vai de Honduras, na América Central até o sudoeste
do Equador. Suas populações foram reduzidas devido à destruição do habitat e ao
tráfico de animais silvestres.
A arara de Guayaquil é uma
subespécie da arara-verde-grande
São consideradas duas subespécies
da arara-verde-grande: a subespécie nominal Ara ambiguus ambiguus, que
se distribui de Honduras ao noroeste da Colômbia e a arara-verde-grande-de-Guayaquil
(Ara ambiguus guayaquilensis) também conhecida como arara de Guayaquil
ou papagayo de quayaquil ou guacamayo-verde-mayor-de-Guayaquil e que
é encontrada somente no Equador. São espécies muito semelhantes, diferenciadas
pela cor de certas penas na crista e no corpo. Outra diferença foi estabelecida
na investigação de genes, já que a arara de Guayaquil é uma subespécie de
matas secas e o verde maior é de matas úmidas, portanto sua dieta varia.
Situação da arara de Guayaquil
é gravíssima estando à beira da extinção
A arara de Guayaquil está
numa situação gravíssima e se encontra a beira da extinção, existindo na
natureza somente cerca de 60 exemplares. A subespécie é endêmica do oeste do
Equador, onde é encontrada em duas subpopulações separadas, a área mais
importante para a conservação da subespécie é a localizada nas províncias de
Guayas, onde vive a maior população da ave próxima à capital da província,
Guayaquil e na província de Santa Elena. A ave leva o nome da cidade de
Guayaquil, e tem seu habitat natural nas florestas secas próximas a esse local.
A ave foi declarada símbolo ecológico da cidade de Guayaquil e possui
monumento dedicado à ave na entrada da cidade.
Projeto envolvendo várias
entidades tenta evitar a extinção da arara de Guayaquil
Cientistas estimam que a
subespécie chegará à extinção dentro de 5 ou 10 anos, por isso os setores
ambientais têm realizado proteção e conservação dessa subespécie endêmica do
país. Para evitar a extinção próxima da Arara de Guayaquil, está sendo
desenvolvido projeto de reintrodução na reserva de Ayampe,
localizada na província de Manabi, área onde estaria extinta há mais de 60
anos. O projeto começou em 2016, a cargo da Fundação de Conservação de Jocotoco e da Fundação Ecológica de Resgate de Jambelí, com o apoio técnico e financeiro da Fundação Loro Parque, da Comuna Ancestral Las Tunas e do Ministério do Meio Ambiente. O objetivo do projeto é estabelecer uma população selvagem com o fim
de reduzir a probabilidade de extinção e facilitar o fluxo genético entre
a população da cordillera Chongón Colonche na Província de Guayas.
O projeto de reintrodução consiste na libertação gradual de indivíduos
nascidos em cativeiro em cinco fases: (1) seleção e transferência de indivíduos
das instalações da Fundação Jambelí para a reserva de Ayampe, (2) manter
as aves em uma gaiola de pré-adaptação por pelo menos três meses antes da
soltura, (3) liberação gradual de indivíduos, (4) monitoramento de indivíduos
soltos e (5) campanhas de educação ambiental nas comunidades do entorno do
local de soltura.
A partir de 2017, 14 araras foram libertadas em três eventos de
lançamento: o primeiro em outubro de 2017, o segundo em maio de 2018 e o
terceiro em maio de 2019. Todo o processo foi acompanhado por campanhas de
educação ambiental, que começaram em 2017 em comunidades do entorno do local de
reintrodução. Desde 2019, o projeto foi estendido para a província de Santa
Elena, porque uma das araras soltas foi avistada naquela área e em maio de 2020
foram soltas nesse local seis araras de Guayaquil.
Educação ambiental é fundamental para o
envolvimento das comunidades locais
Todo o processo envolveu as comunidades locais antes de sua
implementação visando prevenir eventuais conflitos entre araras soltas e
agricultores na área, e sensibilizar as populações locais sobre o tráfico de
espécies e a manutenção de animais silvestres como animais de estimação. Em
setembro de 2020 foi publicado na Revista Latinoamericana de Estudios
Socioambientales
artigo científico analisando o processo de educação ambiental realizado
na soltura de exemplares da arara de Guayaquil na reserva de Ayampe,
considerando seus alcances, perspectivas, metas, temas e espaços.
Uma vez formado o casal de araras eles são
inseparáveis pelo resto da vida
Um dos problemas na conservação da arara de Guayaquil é o fato de
que os casais que se formam têm uma união vitalícia semelhante à monogamia. Quando
um deles morre, o outro perde sua capacidade reprodutiva e logo morre de
depressão. Desse modo cada ave que se perde na verdade significa que dois
indivíduos deixarão de existir.
Graças ao trabalho que vem sendo
realizado, envolvendo um trabalho longo e constante, com a libertação de araras
esta subespécie poderá estar sendo salva do perigo crítico de extinção como ave
endêmica do Equador.
Fontes: Traveltips, World Land Trust, Manabi Notícias, UYWA, Loro Parque (1), Loro Parque(2), Mongabay (1), UNAE,Qué Noticias, Mongabay (2), Mongabay (3), La Hora, El Confidencial, El Comercio, El Productor, Comunicae, EspeciesPro, Ministério del Ambiente, Água y Treancición Ecológica
Fotos: Arara de Guayaquil_Fandom e segunda foto_Fundación Jocotoco