O aye-aye (Daubentonia madagascariensis) é o tipo mais antigo de lêmure vivo, é endêmico de Madagáscar, a quarta maior ilha do mundo. Se caracteriza por ter pêlo castanho escuro ou preto. Pesa cerca de 2,5 kg, sendo o maior de todos os primatas noturnos. Sua cabeça e corpo medem cerca de 43,2 cm e distingue-se por uma cauda espessa que é maior do que seu corpo, tem cerca de 61 cm. Eles possuem enormes olhos redondos, grandes orelhas de morcego e dedos muito longos e finos.
Uma das características mais
marcantes do aye-aye é o seu dedo médio alongado
O aye-aye é onívoro, alimenta-se
de uma variedade de larvas, sementes, néctar e frutas. E se caracteriza por seu
método único de encontrar comida. Tem seis dedos, incluindo um minúsculo
pseudo-polegar que o ajuda a se agarrar aos galhos e um dedo médio alongado, de
8 centímetros. Ele bate nas árvores para encontrar larvas de insetos, depois rói
buracos na madeira e insere seu dedo médio alongado para puxar as larvas.
Estudo recente publicado no Journal
of Zoology de 26 outubro de 2022 identificou que esse dedo médio é ainda
utilizado para o animal cutucar o nariz como o fazem alguns primatas, entre
eles nós humanos.
A espécie é arborícola,
solitária e noturna
O aye-aye é uma criatura
solitária, noturna e dorme durante o dia em um ninho de árvore, que constrói no
alto das copas das árvores. Sua atividade começa cerca de 30 minutos antes do
pôr do sol e pode durar até o nascer do sol. Durante as horas da noite, ele
passa seu tempo se alimentando, se arrumando e descansando.
Aye-ayes são mortos devido aos
moradores lhe considerarem um símbolo da morte
O aye-aye, está
criticamente ameaçado. Os malgaxes acham sua aparência assustadora. E, de
acordo com antigas lendas malgaxes, o aye-aye é considerado um símbolo
da morte. Os nativos acreditam que se este animal apontar o dedo médio para
você, a morte logo o atingirá. Por esta razão, os aye-ayes são mortos
por moradores supersticiosos. Devido a essa perseguição, bem como à perda de
habitat, estima-se que menos de 1.000 indivíduos permanecem na natureza na floresta
tropical de Madagascar.
A espécie é um dos animais mais ameaçados do mundo
O aye-aye já foi considerado um dos mamíferos mais
ameaçados do mundo, mas novas pesquisas confirmaram que a espécie é muito mais
amplamente distribuída, embora fragmentada, do que se pensava, ocorrendo em
baixas densidades e bolsões isolados. De fato, a única área de Madagascar em
que o aye-aye não foi encontrado é o Sudoeste da ilha, onde a floresta
espinhosa carece de alimentos adequados e árvores para nidificação. A
publicação Primates
in Peril Reports, do grupo
de defesa da conservação Global
Wildlife Conservation,
listou o aye-aye como um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo em seus
números de 2016-2018 e 2018-2020.
População do aye-aye está em declínio, principalmente,
devido ao desmatamento
De acordo com a IUCN os números do aye-aye
diminuíram mais de 50% ao longo de três décadas e prevê uma taxa semelhante de
declínio nos próximos 10 a 24 anos, sendo que a maior ameaça é o desmatamento
generalizado na ilha de Madagáscar. Deste modo, o primata permanece listado
como ameaçado
de extinção(EN) na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Há vários programas de reprodução do aye-aye para
contribuir na sua proteção
Vários programas de reprodução e conservação foram
estabelecidos para ajudar a proteger o aye-aye, entre estes o Duke Lemur Center em Durham, Carolina do Norte. Pelo menos 16 áreas em
Madagascar e na ilha vizinha de Nosy Mangabe foram designadas para a proteção do aye-aye.
A partir de 2010, havia cerca de 23 animais em cativeiro nos Estados Unidos,
com outros 27 cativos espalhados em todo o mundo.
Fontes: Época,
Edge of existence,
National
Geographic, Besjournals,
Lemurs
of Madagascar, Karger,
AAAS,
Primate Watching,
Science
World Report, Itechpost,
Earth.com,
Jungle Dragon,
Neprimates Conservancy,
Degruyter,
Nature, Science
Alert, MNCN,
CNET,
Daily
Mammal, Live
Science, NHM,
Haaretz,
Animal
Memozee, Radio-Canada,
Le
Monde
Foto: Aye-aye_GFC-Legion_Media e segunda foto: Aye-aye_Edward Louis