A chita-do-nordeste-africano
(Acinonyx jubatus soemmeringii) também conhecida como chita-do-Sudão
ou chita-somali é uma subespécie de guepardo que ocorre no
nordeste da África. Na Etiópia pode ser encontrada nos Parques Nacionais de
Omo, Mago e Yangudi Rassa, e na Zona Borena, Ogaden , Afar e nas regiões
vizinhas de Blen-Afar. No Sudão do Sul, as populações são conhecidas nos
Parques Nacionais de Boma, Sul, Radom e Badingilo. No Sudão é encontrada na
savana do leste e foram vistas recentemente em An Nil al Azraq, no sudeste do
país. Seu status na Somalilândia é desconhecido. Está regionalmente extinta na
Eritréia, Djibuti e norte da Somália.
A falta de presas é uma das
ameaças à chita-do-nordeste-africano
As chitas-do-nordeste-africano
se alimentam principalmente de animais herbívoros, como gazelas de Grant,
lebres do Cabo, galinhas-d’angola e ocasionalmente animais de grande porte como
antílopes, zebras das planícies e avestruzes. No Sudão, a falta de gazelas de
Soemmering quase causou a extinção da chita-do-nordeste-africano.
A chita-do-Sudão é
relativamente grande. Fisicamente assemelha-se à chita da África Oriental.
A barriga da chita-do-nordeste-africano é branca. Tem manchas brancas
distintas ao redor dos olhos. A cauda desta subespécie é visivelmente grossa e
tem o maior tamanho de cabeça, embora às vezes possa ser um pouco menor.
Ainda há grande contrabando de
filhotes de chita para os países árabes
Entre as principais ameaças à chita-do-nordeste-africano
estão a caça furtiva, o comércio ilegal de animais selvagens, a
caça, perda de habitat e falta de presas. O contrabando de
filhotes de chita-do-nordeste-da-África é uma prática comum na região,
principalmente na Somalilândia, onde são enviados para Arábia Saudita, Emirados
Árabes Unidos e Iêmen e vendidos no mercado negro por mais de US$ 10.000 sendo
que a maioria morre antes de serem exportados da África. Os que sobrevivem são
criados como animais domesticados e são exibidos como símbolos de status.
População de chita-do-Sudão
está decrescendo em toda a região
As estimativas mais confiáveis da
população de chitas-do-nordeste-africano estão na Etiópia que conta com
500 indivíduos e no Sudão do Sul, com 462 exemplares em unidades de
conservação. Sendo a população decrescente torna-se importante a criação em
cativeiro. Os primeiros projetos de reprodução em cativeiro começaram no Sheikh
Butti Al-Maktoum's Wildlife Center no início de 1994, seguidos pelo Sharjah's Arabian Breeding Center no
final de 2002 e Wadi Al Safa Wildlife Center em 2003, até que as chitas do
nordeste da África criadas em cativeiro no Oriente Médio foram enviadas para zoológicos
europeus, na Alemanha, Zoo Landau; na
Holanda, Beekse
Bergen Safari Park e na França, Zoológico de La Palmyres.
Há programa de manejo
populacional da subespécie na Europa e no Oriente Médio
Atualmente existem programas
de manejo populacional na Europa e no Oriente Médio para a subespécie que
fazem parte do Programa
Europeu para Espécies Ameaçadas (EEP) e que são gerenciados pela Associação
Europeia de Zoológicos e Aquários (EAZA). Os programas de melhoramento genético têm sido bem sucedidos.
Integram o projeto instituições de países árabes como o zoológico de Al Ain em Abu-Dhabi e centros de vida
selvagem árabes como o Al-Wabra Wildlife
Preservation (AWWP) do Catar; o Al-Dhaid
Wildlife Center de Sharjah e o
Nakelee Wildlife Center e o Wadi Al-Safa Wildlife Center de Dubai. As chitas-do
nordeste-africano que se reproduzem em zoológicos europeus são encontradas
no Zoo Landau e Tierpark Berlin da Alemanha ; Chester Zoo , Bristol Zoo , Whipsnade Zoo e Marwell Zoo do Reino Unido ; Zoo de Cerza , Parc zoologique de Bordeaux
Pessac e La Palmyre Zoo da
França ; o Zoológico de Plzeňda República Checa ; Zoo Santo Inácio de Portugal ; DierenPark Amersfoort e Beekse Bergen Safari Park
da Holanda e o Fota Wildlife Park da Irlanda.
Objetivo dos programas de
reprodução é formar população de segurança da chita-do-Sudão para impedir sua
completa extinção
Há ainda programa de
reprodução na Etiópia gerenciado pela Fundação
Born Free que mantém filhotes resgatados do comércio ilegal em
semi-cativeiro no santuário de vida selvagem Ensessa
Kotteh. E outro programa de reprodução no Djibuti que começou
em 2004. O Djibouti
Cheetah Refuge (também conhecido como DECAN
Cheetah Refuge) que foi construído pela primeira vez em 2002 e a fase
inicial foi inaugurada um ano depois. Todos esses programas tem como objetivo
formar populações da chita-do-nordeste-africano para posterior
repovoamento no ambiente natural.
Fonte: Mindat, Wild Cat Family, World Atlas, CCI – Cheeth Conservation Initiative,Trek Zone, Al Abra Wildlife Preservation, Wikideck, Tl.W3WE, Eol
Foto:Chita-do-nordeste-africano_AWWP e segunda foto_Tier Park Berlin