Espécie de macaco que teve um
último avistamento em 1956, o parauacu-de-Vanzolini (Pithecia vanzolinii)- ou parauaçu-de-Vanzolini, foi redescoberto em 2016,
tendo sido revelado para a comunidade científica em artigo publicado na revista
Check
List – The journal of Biodiversity Data, no número de fevereiro de 2017. O
nome da espécie, Vanzolini, foi dado em homenagem ao zoólogo e músico
brasileiro Paulo Vanzolini.
Parauacu-de-Vanzolini foi
redescoberto no final de 2016 e comunicação foi feita em 2017.
O registro publicado na revista
foi feito tendo como referência um espécime do primata abatido por
morador para consumo de subsistência na Reserva
Extrativista Riozinho da Liberdade, no Acre, em 2016. Nessa reserva vivem 350 famílias para as quais
animais silvestres são fonte de proteína.
Expedição em 2017 confirmou a
redescoberta do parauacu-de-Canzolini
A partir da confirmação de sua
existência, no início de 2017 foi feita uma expedição denominada Houseboat
Amazon, co-organizada pelo Global
Conservation Institute, EUA, e Mamirauá Sustainable Development
Institute, Brasil, com o objetivo de pesquisar grandes mamíferos, focando
particularmente em primatas e buscou-se a confirmação da presença do parauacu-de-Vanzolini
na região ao longo do Rio Eiru e Igarapé Preto no Amazonas. Várias parcerias
contribuíram para a viabilidade da expedição, entre elas: Conservation Leadership
Programme, Conservation
International, Margot
Marsh Biodiversity Fund, New Mexico Film
Foundation, Universidade de Salford
(Inglaterra) e Primate
Conservation Inc.; e a Mohamed
bin Zayed Endangered Species, dos Emirados Árabes. Do Brasil participaram
além do Instituto Mamirauá, a Universidade
Federal do Acre (UFC), Universidade
Federal do Amazonas(Ufam) , o Museu
Emílio Goeldi, a Universidade Federal de Brasília (UnB), o Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa) e o Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Espécie tem distribuição
confirmada no oeste do estado do Amazonas e no Acre
Atualmente a espécie tem
ocorrência confirmada nos estados do Acre e Amazonas, distribui-se na margem
direita do médio e alto rio Juruá e seus afluentes, os rios Tarauacá e Embira. O
porte da espécie é mediano e tem uma coloração preta, com braços e pernas
amarelados. É um animal muito ágil e considerado pelos ribeirinhos como sendo
difícil de caçar.
A proximidade com o “arco do
desmatamento” é sinal de alerta para futuro do primata
As principais ameaças
identificadas para a espécie são: pecuária, desmatamento, construção
e ampliação de estradas e caça. Essas ameaças são mais
significativas ao sul da sua distribuição. Pesquisadores se preocupam com a
proximidade do habitat da parauacu-de-Vanzolini com o “arco do desmatamento”,
região onde ocorre com mais intensidade a destruição da floresta amazônica.
A situação do parauacu-de-Vanzolini é incerta, pois faltam pesquisas que indiquem sua distribuição, estimativas de população e medidas para sua conservação. Em função dessa realidade o primata não tem classificação adotada pela IUCN que considera existir insuficiência de dados (DD) para categorizar o grau de ameaça à espécie.
Fonte: AUN, ICMBio, UFMS, National Geographic, Oryx, Bios, Portal Amazônia, G1Globo, A Gazeta do Acre, Leia Notícias, Treehugger, Mongabay
Foto: Parauacu de Vanzolini_Divulgação houseboat