A Mata Atlântica é uma das florestas tropicais do mundo que mais perdeu vegetação, cobrindo boa parte da costa brasileira é formada de vários habitats florestais – florestas secas, úmidas e manguezais costeiros – atualmente mantém-se em pequenos fragmentos de mata e áreas protegidas, tendo perdido mais de 90% de sua área original. Mesmo o pouco que resta da Mata Atlântica encontra-se bastante ameaçado devido a extração de madeira, expansão urbana e rural, desmatamento para agricultura – principalmente para o cultivo da cana-de-açúcar-, coleta de carvão, desmatamento para pecuária, caça e caça furtiva.
Mesmo fragmentada a Mata
Atlântica possui rica biodiversidade e muitas espécies endêmicas
Contrariando todas as
expectativas, restando pouca floresta fragmentada, a Mata Atlântica continua
rica em biodiversidade e espécies endêmicas, muitas ameaçadas de extinção.
Continuam sendo descobertas novas espécies de mamíferos, aves, répteis,
anfíbios e insetos, além de novos tipos de plantas.
Corujinha-de-Alagoas é uma das
recém-descobertas na Mata Atlântica
Uma das novas espécies
recém-descobertas é a corujinha-de-Alagoas (Megascops alagoensis)
que nem bem acabou de vir a público em 2021, já é considerada criticamente
ameaçada de extinção sobrevivendo somente em cinco fragmentos de floresta
isolados incluídos na porção da Mata Atlântica conhecida como Centro
de Endemismo de Pernambuco que fica ao norte do Rio São Francisco. Há
registros de ocorrência da espécie em Alagoas e Pernambuco, com presença mais
significativa na Área
de Proteção Ambiental de Murici no Estado de Alagoas.
Esforço internacional tornou
conhecida a existência da corujinha-de-Alagoas
A descoberta da nova espécie foi
publicada na revista científica Zootaxa
em março de 2021 e foi o resultado de um esforço internacional que realizou uma
análise genética das corujas do gênero Megascops, que abrange 23 espécies de corujas
de pequeno porte. A corujinha-de-Alagoas, tem plumagem avermelhada,
castanha e escura e possui entre 20 e 25 centímetros de comprimento.
Nova espécie de corujinha
corre sério risco de extinção devido a fragmentação da floresta
Pesquisadores advertem que a corujinha-de-Alagoas
está em perigo crítico porque precisa de florestas em bom estado de
conservação o que não ocorre na região onde vive, havendo somente pequenos
fragmentos de mata, não conectados entre si, no meio de plantações de
cana-de-açúcar e que não sustentam uma população no longo prazo. Na área não
existe uma grande floresta, o que faz com que a corujinha além de ter uma
população pequena ela se encontra fragmentada, com pouca ou nenhuma conexão
entre si, impedindo a circulação das corujinhas. Até o momento constatou-se que
a corujinha está presente em uma única área protegida – a Estação
Ecológica(ESEC) de Murici, em Alagoas, o restante está vivendo em
propriedades particulares.
Fonte: O Eco, Muriciweb, Biologo, PMMA, UFRGS, Conexão Planeta
Foto: Corujinha-de-Alagoas_by Gustavo Malacco