Espécie de lagarto reconhecido pelo nariz característico, acreditava-se que estava extinto há pelo menos 50 anos. A redescoberta do lagarto-pinóquio (Anolis proboscis) ocorreu em 2005 nas florestas do Equador e foi graças a um observador de pássaros que o fotografou atravessando uma estrada nas proximidades da cidade de Mindo. Atualmente a espécie é encontrada em apenas cinco localidades, com uma distância máxima de 13 km entre as duas mais distantes, todas numa área nas encostas do Pacífico dos Andes no noroeste do Equador.
Lagarto-pinóquio tem como
característica uma probóscide que só os machos a possuem
O lagarto-pinóquio macho
possui uma probóscide
alongada, uma espécie de “chifre”, o dorso apresenta manchas de vários tons que
vão do preto ao rosa sobre fundo verde. As fêmeas não possuem a probóscide
e possuem o dorso uniformemente verde. A probóscide é uma estrutura
extremamente flexível usada como ornamento em exibições sociais, mas não como
arma em combate físico. O chifre é bastante flexível, os machos são
capazes de movê-los à vontade, e o fazem imediatamente antes de comer,
levantando-o. Este lagarto pode mudar sua coloração dorsal quando perturbado,
passando de verde brilhante a marrom escuro. A espécie tem cerca de 15 cm de
comprimento.
Como lagarto arbóreo habita florestas
bem preservadas
Esta espécie habita florestas
perenes de baixa altitude bem preservadas a moderadamente perturbadas, bordas
de florestas, vegetação de beira de estrada e pastagens com árvores dispersas.
Ocasionalmente, esses lagartos arbóreos podem ser encontrados se movendo
ao nível do solo. São ativos durante os dias ensolarados, quando a temperatura
ambiente é de cerca de 22 ° C.
Comércio internacional de
animais de estimação é uma das principais ameaças ao lagarto
O lagarto-pinóquio é uma
das espécies de répteis mais ameaçadas do Equador. Continua sendo uma espécie
difícil de localizar. Está restrita a uma área menor que 1.000 km2 onde cerca
de 35% da cobertura florestal foi destruída. As ameaças mais importantes para a
sobrevivência a longo prazo da espécie são perda de habitat por extração
de madeira, assentamento humano, desmatamento para agricultura e pastagem
e a caça furtiva para o comércio internacional de animais de
estimação. Para evitar sua captura para o tráfico mundial de fauna,
os locais onde são encontrados são mantidos em sigilo. Devido a essas ameaças
está catalogado na Lista
Vermelha da IUCN como em perigo de extinção (EN)
Num esforço para proteger a
espécie, os herpetólogos da Pontifícia
Universidade Católica do Equador (PUCE) coletaram em dezembro de 2013
quatro ovos em campo. Seis meses depois, em junho de 2014, dos quatro ovos
coletados, apenas um eclodiu, um macho, que já nasceu com o probóscide. Lhe foi
dado o nome de Hepu, em homenagem ao deus egípcio da fertilidade. Foi o
primeiro nascimento em cativeiro do lagarto-pinóquio, e o início de um Programa
de Manejo para conservação da espécie.
Fonte: Reptiles of
Ecuador, Anole
Annals, In
Lifetime, Los
Angeles Times, Reptiles
Magazine, The
Reader Wiki, El
Universo, The
Harvard Gazette
Foto: Lagarto-pinóquio_Alejandro Arteaga e segunda foto: Fêmea e macho de lagartos-pinóquio_Santiago Ron