Os tahrs são animais
únicos que parecem com cabras, mas diferenciam-se destas se aproximando mais
das ovelhas geneticamente. Existem três espécies de tahrs, o tahr
árabe (Arabitragus jayakari), o tahr himalaio (Hemitragus
jemlahicus ) e o tahr de Nilgiri (Nilgiritragus hylocrius) .
O tahr de Nilgiri é o maior, com cerca de 100 centímetros na altura do
ombro, 100 quilos e 150 centímetros de comprimento. Os machos são um pouco
maiores que as fêmeas. As fêmeas podem ser tão pequenas quanto 80 centímetros
na altura do ombro, 50 quilos e 110 centímetros de comprimento. Nilgiri significa
Montanhas Azuis que é uma cadeia de montanhas do Estado de
Tamil Nadu, na Índia.
O Tahr de Nilgiri quase foi
levado à extinção e foi salvo por conservacionistas
Como eles são estritamente
pastores e não comem folhas do topo dos arbustos, o desaparecimento de
pastagens é um grande problema. A população do tahr de Nilgiri foi
dizimada, quase se extinguindo no século 19, devido à exploração histórica da
região para madeira, a derrubada da vegetação para dar lugar às fazendas
de caça e, mais tarde, às plantações de café, chá e especiarias - até que
restassem menos de 100 tahrs no início do século 20. Na época
organizações como Nilgiri
Wildlife and Environmental Association (NWEA) e a High Range Game
Association conseguiram recuperar sua população. O Indian
Wildlife Act de 1972 ajudou, pois havia limitado o quanto os tahrs
poderiam ser caçados. Os resultados positivos foram obtidos graças os efeitos
de conservação combinados e a criação de áreas protegidas, então seus
números cresceram. Ainda não está em um nível satisfatório, pois o animal ainda
está ameaçado de extinção, mas está melhor do que estava. Desde então
sua população é estimada hoje (2021) em 3.500-3.800 indivíduos na natureza.
A espécie tem expectativa de
vida muito curta, mas se reproduz bem em cativeiro
Os tahrs de Nilgiri se
reproduzem bem em cativeiro, e podem viver por mais de 20 anos, o que colabora
com o aumento de seus números. Na natureza, eles podem se reproduzir até duas
vezes em um ano e geralmente têm um filhote de cada vez. As fêmeas ficam
grávidas por 6-8 meses e geralmente têm dois anos de idade antes de atingirem a
maturidade sexual. Em condições selvagens vivem por nove anos. O problema é que
eles têm uma expectativa de vida muito curta, em média 3 anos, considerando às
maiores taxas de mortalidade entre os jovens. Devido à curta expectativa de
vida, muitos se reproduzem apenas uma vez antes de morrer, o que não
permite que os números aumentem a uma taxa crescente. Felizmente, um tahr de
Nilgiri pode se reproduzir duas vezes em um ano.
São várias as ameaças que
enfrenta o tahr de Nilgiri
Atualmente as principais ameaças
que enfrenta a espécie são: caça ilegal; perda de habitat devido
a plantações de monocultura como acácia, eucalipto, pinheiro, chá e café;
desenvolvimentos de infraestrutura e pastoreio de gado doméstico. A fragmentação
do habitat é um grande problema, pois isola subpopulações do tahr
deixando-as vulneráveis à extinção local. Foram registradas populações
tão baixas quanto 20-30 indivíduos em alguns locais. Enquanto as populações
maiores nas colinas Nilgiris
e Anamalai são
estáveis, as populações menores estão em risco devido a fragmentação, incêndios
florestais, mudanças climáticas e depressão endogâmica.
O tahr de Nilgiri requer
estudo e monitoramento contínuos, pois suas populações pequenas e isoladas são
extremamente vulneráveis. Com a conservação adequada, incluindo a manutenção do
habitat e minimizando a mortalidade devido à caça, é possível que com o tempo,
a espécie possa ser considerada não mais ameaçada.
Campanhas educativas para
conscientizar a comunidade estão sendo realizadas
Entre as muitas instituições que
estão ativas em promover a conservação do tahr de Nilgiri estão: Nilgiri Wildlife anda Environmental
Association (NWEA), Kerala Forest
Research Institute, Bombay Natural History
Society, Wildlife Institute of India e a WWF Índia. Todas trabalham no sentido de
engajar a comunidade na conservação do do tahr de Nilgiri. Realizam campanhas
que visam conscientizar diferentes grupos-alvo, incluindo os jovens (estudantes
de escolas e estudantes universitários), o público (comunidades locais
ao redor das áreas em que vivem os tahr e público em geral) e o
departamento florestal do governo. Outras medidas incluem estratégias fortes de
proteção e aplicação da lei para impedir a caça ilegal, a restauração
do habitat pela remoção da plantação de monocultura e restauração com
pastagens nativas e parar o pastoreio de gado. Há a intenção do governo de Tamil
Nadu de aumentar a cobertura florestal do estado para 33% o que terá um
impacto positivo na expansão do tahr de Nilgiri e, poderá estabelecer conectividade
entre populações fragmentadas.
Fontes: WWF Índia, Round Glass Sustain, Ultimate ungulate ,Ralf’s Wildlife, The Indian Express, The New Indian Express(1), The New Indian Express(2), Krishijagran, Owlcation, Inmathi
Fotos: Tahr de Nilgiri - The Better India e Inmathi