Os elefantes asiáticos (Elephas
maximus) se distribuem em quatro
subespécies. O elefante-do Sri Lanka (Elephas maximus maximus) é a
subespécie tipo do elefante asiático, e o maior da espécie asiática,
atingindo até 3,5 metros de altura e pesando em torno de 5,5 toneladas. Também
possui a cor mais escura, com manchas de despigmentação – áreas sem cor da pele
– nas orelhas, rosto, tronco e barriga. As presas de marfim são raras,
sendo que somente 7% dos machos as possuem.
Aumentam as mortes de
elefantes relacionadas com atividades humanas
O Departamento
de Conservação da Vida Selvagem no Sri Lanka estima que existam cerca de
6.000 elefantes no Sri Lanka. O mais alto de toda a Ásia. Matá-los é
ilegal, mas os animais muitas vezes entram em conflito com as comunidades locais.
Em 2019, 361 elefantes morreram no Sri Lanka, um número recorde, o mais alto
desde que o país se tornou independente em 1948, cerca de 85% dessas mortes
podem ter sido causadas por atividade humana, incluindo caçadores furtivos e agricultores
furiosos com os danos às suas plantações.
Degradação dos habitats
selvagens obrigam elefantes famintos a se aproximar de assentamentos
Os habitats do Sri Lanka
estão sendo degradados, fragmentados e perdidos devido ao desmatamento para
assentamentos humanos e cultivos. À medida que a comida e a água se tornam
escassas, os elefantes estão se forçando a comer alimentos cultivados pelos
humanos para sobreviver. Com seu tamanho enorme e grande apetite, os elefantes
podem destruir rapidamente todo o cultivo em uma única noite. Portanto, os agricultores
veem o elefante como uma praga, com este conflito tornando-se o dilema de
conservação mais grave que desafia o Departamento de Conservação da Vida
Selvagem do país.
Famintos, muitos elefantes se
aventuram mais perto de assentamentos humanos em busca de comida nos lixos de
aterros, consumindo plásticos e objetos pontiagudos que danificam seus sistemas
digestivos. Então param de comer e ficam fracos demais para se manterem na
posição vertical, não podendo consumir comida ou água, acelerando sua morte. Em
2017 o governo anunciou medidas de reciclagem do lixo e a construção de cercas
elétricas para impedir a morte de elefantes nos lixões. No entanto as medidas
não se tornaram efetivas.
No Sri Lanka, elefantes e
conflitos humanos se tornaram uma das preocupações ambientais e socioeconômicas
de extrema gravidade. Danos a colheitas e propriedades totalizam mais de 10
milhões de dólares por ano. Em contrapartida muitos elefantes morreram.
Mortes, com dispositivos
explosivos, de elefantes estão se tornando comuns
O Sri Lanka registrou
consistentemente mais de 200 mortes de elefantes por ano nos últimos três anos,
uma das maiores taxas per capita de qualquer país com uma população de
elefantes selvagens. A maior parte dessas mortes foi através do uso de “bombas
de mandíbula” – um dispositivo explosivo improvisado escondido em uma isca
de forragem que detona quando mordido. Seu nome local é hakka patas:
explosão de mandíbula. A consequência para o elefante é uma cavidade bucal
destruída e uma morte prolongada dolorosa que leva até duas semanas. A Sociedade de Conservação da Vida Selvagem do Sri
Lanka ( SLWCS ), uma ONG que trabalha em estreita colaboração com os
moradores, tem realizado investigação para identificar a origem dessas bombas e
combater a prática através da conscientização das comunidades.
A tendência é que os conflitos
elefantes - humanos tende a aumentar se não forem tomadas medidas urgentes.
O fato é que as hostilidades
entre humanos e elefantes estão aumentando rapidamente com o crescimento de
infraestruturas para o desenvolvimento em áreas de floresta – estradas, novos
assentamentos, novas áreas de cultivo - e este problema tende a aumentar no
futuro se não forem tomadas medidas urgentes. Aumento de áreas protegidas,
corredores de fauna, cercas elétricas, dispositivos acústicos e
de luz, compensações, conscientização das comunidades entre outras medidas
podem desempenhar um papel importante na mitigação dos conflitos e permitir a coexistência
pacífica entre humanos e elefantes.
Fonte: WWF, The Wildlife Society, Daily FT, The Mighty Roar, Mongabay, Oryx, APNews, AlJazeera, Animalia.bio, BBC, Fox13 News, See Ceylon Tours, Daily Mirror
Foto: Elefante do Sri Lanka_Kalawe Wasafari e segunda foto: Animalia Bio