O vulnerável Leopardo do Sri Lanka cumpre papel essencial no ecossistema como maior predador da ilha


O leopardo do Sri Lanka (Panthera pardus kotiya) ou leopardo do Ceilão é uma subespécie de leopardo endêmico da ilha de Sri Lanka. Tem como característica ostentar uma pelagem amarela com manchas escuras e rosetas numerosas, que são menores que as do leopardo indiano (Panthera pardus fusca). Foi descrito pela primeira vez em 1956 e é uma das duas únicas subespécies de leopardo restritas às ilhas. A outra subespécie insular (Panthera pardus melas) vive na ilha indonésia de Java.

Leopardos do Sri Lanka são respeitados e admirados no país

O Sri Lanka comemora no dia 01 de agosto todo ano, o dia do leopardo, que foi instituído por uma proposta da Wildlife and Nature Protection Society (WNPS) tendo como um dos objetivos chamar a atenção para esta espécie vulnerável à extinção. Desde 2020, o leopardo do Sri Lanka foi listado como vulnerável (VU) na  Lista Vermelha da IUCN  , pois a população é estimada em menos de 1000 indivíduos adultos e está em declínio.

A subespécie é encontrada em todos os habitats da ilha em áreas protegidas e fora delas. São encontrados em áreas diversas como: florestas, plantações de chá, pastagens, plantações de pinheiros e eucaliptos. A maior ameaça para este felino é a perda do ambiente natural, sua fragmentação e também a caça furtiva. São confirmadas mais de 90 mortes de leopardos por ações humanas desde 2010.

Estudos contribuem para a conservação do leopardo no Sri Lanka

Revelando um interesse crescente na conservação da espécie, recentemente dois artigos científicos que contribuem efetivamente para a sua proteção foram publicados em revistas científicas. Um foi publicado na revista Oryx no número de   6 de dezembro de 2021 e identifica estratégias potenciais, baseadas no contexto local, para melhorar a coexistência entre humanos e leopardos. O outro artigo foi publicado na revista Animals, no número de 6 de março de 2022 e faz uma abordagem para o reconhecimento de leopardos individuais.

No Sri Lanka, o leopardo é uma espécie-chave, predador de topo da cadeia alimentar, que desempenha um papel insubstituível como regulador nos ecossistemas em que ocorre naturalmente. O seu desaparecimento criaria um vazio que não pode ser preenchido por nenhum outro animal.  

Diversas iniciativas buscam preservar o leopardo do Sri Lanka

Há inúmeras iniciativas buscando aumentar a proteção dos leopardos no Sri Lanka. Destaca-se a Sociedade de Proteção da Vida Selvagem e da Natureza - Wildlife & Nature Protection Society (WNPS), organização com 128 anos de existência, considerada a terceira Organização não governamental (ONG) mais antiga do mundo e foi a responsável pela criação dos Parques Nacionais Wilpattu e Yala no Sri Lanka e pela formação do Departamento de Conservação da Vida Selvagem (DWC). Em fevereiro deste ano foi noticiado que a WNPS fez parceria com a LOLC Holdings PLC, o maior conglomerado diversificado do Sri Lanka para estabelecer uma rede de locais especializados em conservação de leopardos e centros de pesquisa em áreas geograficamente importantes identificadas pelo país.

O Wilderness and Wildlife Conservation Trust (WWCT) tem trabalhado nos últimos 15 anos para melhorar o conhecimento dos leopardos no Sri Lanka. Suas pesquisas coletaram dados sobre a dispersão de leopardos na ilha e como áreas florestais inseguras e aparentemente isoladas podem ser úteis para a conservação futura de leopardos.

O Parque Nacional de Yala, no Sri Lanka, a área selvagem mais visitada da ilha, introduziu um novo centro de informações que permite aos visitantes identificar a atração principal da área: os leopardos do Sri Lanka. É uma iniciativa de ciência cidadã que identifica e registra visualmente o comportamento dos leopardos no Parque Nacional. O Yala Leopard Center (YLC) contém informações sobre 102 leopardos documentados por meio de uma iniciativa de identificação de cada animal. Além de elevar a experiência do visitante, a iniciativa também ajuda a monitorar as populações de leopardos e informar sua gestão.

Reprodução em cativeiro mantém reserva genética importante para o futuro do leopardo

Garantindo a continuidade da espécie, o leopardo do Sri Lanka se reproduz bem em cativeiro o que garante a existência de populações cativas para soltura na natureza caso seja necessário. O leopardo do Sri Lanka está incluído no Programa Europeu de Espécies ameaçadas (EEP) do qual faz parte o  Zoológico de Ostrava da República Checa que cria leopardos do Ceilão desde 1977. Além do Zoológico de Colombo, no Sri Lanka, é a mais longa criação ininterrupta desses grandes felinos no mundo. A população de leopardos do Ceilão mantidos em zoológicos em todo o mundo é inferior a 80 indivíduos, quase 60 dos quais são mantidos em zoológicos europeus. No ano passado, jovens leopardos do Ceilão nasceram em cinco instituições europeias e três delas são zoológicos tchecos em Ostrava, Brno e Jihlava.

Fontes: SLWCS, Parlamentnilisty, The Island (1), The Island (2), Xinhuanet , Sunday Times ,  Mongabay(1) , Ground Views ,Wikiwand , Mongabay(2) , Gossiplankanees , Econoticias,   

Foto: Leopardo-do- Sri Lanka_ Divulgação Kumana National Park