A Amazônia é a região com maior
diversidade de primatas do mundo, com 146 espécies e subespécies
identificadas, o que representa 20% da diversidade de primatas no
planeta. Embora significativa, essa diversidade ainda é bastante
desconhecida da ciência, faltam muitos estudos para identificar espécies e
esclarecer dados sobre sua evolução, distribuição e ecologia.
Um desses estudos publicado em
agosto de 2021 na revista Scientific Reports
do grupo Nature identifica uma nova
espécie denominada Sagui-de-Schneider (Mico schneideri) que
vive numa área restrita entre os rios Juruena e Teles Pires no norte do Estado
do Mato Grosso, em municípios como Paranaíta e Alta Floresta . Seu nome
é uma homenagem ao professor Horácio Schneider, reconhecido por suas
contribuições para a pesquisa da diversidade e evolução dos macacos.
A descoberta deve-se ao biólogo Rodrigo
Costa-Araújo, que descreveu o novo macaco em sua tese de doutorado, atualmente
é pesquisador do Museu
Paraense Emílio Goeldi. O artigo científico
que comunicou a existência do sagui-de-Schneider também é assinado por uma equipe
de especialistas da Universidade Federal do
Amazonas, Universidade Federal do Mato
Grosso, Universidade Federal de Viçosa, Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá, Universidade Federal do Pará,
University of Salford (GBR), Trinity University e Stony Brook Uniersity (EUA).
A nova espécie é de pequeno porte
(em torno de 50 centímetros), sua pelagem apresenta cor prateada, com algumas
partes em tons de aço, laranja e dourado.
Até o momento se desconhece seu
status, não se sabe se está ameaçado de extinção pelo pouco tempo
decorrido de sua descoberta, havendo necessidades urgentes de novas
pesquisas. A urgência se deve a que o macaco vive numa região conhecida
como arco do desmatamento, área marcada pela intensa mudança do uso
da terra, com a substituição de florestas por áreas de pastagem
e outras atividades humanas. Além disso, na área onde foi encontrada a espécie
existem várias hidrelétricas que impactam o habitat do animal.
Há necessidade de urgentes
medidas de conservação da floresta nessa região do arco do
desmatamento, pois nela já foram identificadas 52 espécies diferentes de
primatas, das quais 42% estão ameaçadas de extinção de acordo com a União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Fonte: Cultura,
Museu
Emilio Goeldi , Folha
de São Paulo, UFMT,
Portal
Amazônia
Foto: Sagui-de-Schneider- à esquerda fêmea, à direita macho_Diego Silva e segunda foto: Rui Costa Araujo