Desde a década de 1950 que a ararajuba
(Guaruba guarouba) deixou de existir na região
metropolitana de Belém do Pará devido a expansão urbana e o tráfico
de animais. Endêmico do Brasil, a espécie é encontrada exclusivamente na
área entre o norte do Maranhão, sudeste do Amazonas e norte do Pará.
Aproximadamente 80% das populações de ararajubas vivem no estado do Pará,
predominantemente ao longo da rodovia Transamazônica, 10% estão no Maranhão e
outros 10% no estado do Amazonas.
A beleza da ararajuba a torna
alvo de caçadores ilegais
A ararajuba é uma ave
inconfundível, tem até 35cm de comprimento e possui uma bela plumagem
amarelo-ouro, com pontas da cauda das asas coloridas de verde-oliva. A espécie
consta na classificação da lista
vermelha da IUCN como vulnerável (VU).
Devido ao padrão de cores que
ostenta e de escolherem arvores isoladas para fazerem ninho as ararajubas são
muito visadas para capturas, tanto por pessoas que as criam como animais de
estimação quanto por traficantes ilegais. Além dessa ameaça há um
ritmo crescente de destruição de seu habitat com a destruição das florestas
onde vive. A área em que ocorria foi reduzida em 40%, pois é justamente nessas
áreas onde são verificados os mais altos índices de desmatamento na Amazônia,
principalmente para a formação de pastagens.
Há cinco anos teve início o
projeto de reintrodução das ararajubas em Belém
Em 1917, Instituto de Desenvolvimento
Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio/PA) deu início ao projeto "Reintrodução e
Monitoramento de Ararajubas em Unidades de Conservação da Região Metropolitana
de Belém" contando com a parceria da Fundação Lymington sediada
em Juquitiba/São Paulo que forneceu os exemplares para as solturas.
O Projeto de reintrodução das
ararajubas teve início em 2017, com a chegada dos primeiros espécimes ao Parque Estadual do Utinga,
na região
metropolitana de Belém, no mês de agosto. A primeira soltura das espécies
foi realizada em janeiro de 2018. Um casal desse grupo solto foi responsável
pelo nascimento em abril de 2018 do primeiro indivíduo da espécie nascido
livremente na região nos últimos 60 anos.
Segunda etapa do projeto prevê
monitoramento da população das ararajubas
No dia 27 de janeiro deste ano
mais cinco casais de ararajubas foram soltos no Parque Estadual do
Utinga se juntando às 27 aves soltas no Parque na primeira etapa do
projeto, somando 37 ararajubas vivendo no habitat natural até o momento. Esta
nova soltura integra a segunda etapa do projeto que conta com serviço de
rastreamento, que será realizado por meio de rádio colar. Das dez aves soltas,
cinco receberam o equipamento de monitoramento, que permitirá mapear o
deslocamento dos espécimes, além de auxiliar no mapeamento da população.
Fonte: National Geographic, Fiocruz, Oeco, Agencia Pará, Portal Amazônia, O liberal, EBC, ISA, Rede Pará
Foto: Ararajuba - Casa dos pássaros