Mais raro mamífero marinho à beira da extinção


 

Um dos mamíferos marinhos mais raros do mundo, a Vaquita (Phocoena sinus) uma espécie de boto está à beira da extinção. Esta espécie é o menor de todos os cetáceos. As fêmeas tem comprimento de 150 cm e os machos 140 cm.

As Vaquitas tendem a viver em águas rasas, muitas vezes lamacentas, com menos de 50 m de profundidade. Elas geralmente são vistas nadando sozinhas ou em pares, geralmente com um de seus filhotes.

O pequeno boto vive numa pequena área maritima do México

A vaquita é encontrada apenas em uma pequena região do Golfo da Califórnia no México. A pesca ilegal é a principal responsável pelo seu declínio.

Esta espécie majestosa está à beira da extinção em grande parte devido à alta demanda de um peixe mexicano gigante, chamado totoaba. As redes de pesca usadas para capturar a totoaba prendem e afogam a vaquita. Outra ameaça é a poluição das águas onde vive o boto que recebe resíduos domésticos e urbanos, efluentes industriais e agrícolas que são despejados sem nenhum tratamento no local onde vive o animal.

A vaquita está criticamente ameaçada desde o século passado

A IUCN listou a vaquita como criticamente ameaçada desde 1996 e tem realizado grandes esforços junto ao governo mexicano para salvar a espécie. A ONG Sea Sheperd Conservation Society realiza a Operação Milagro, uma campanha para salvar o animal da extinção.

Em 1996 o Comitê Internacional para a Recuperação do Vaquita (CIRVA) foi criado pelo governo mexicano como uma força-tarefa internacional. É sua função desenvolver um plano de recuperação da vaquita com base nas melhores evidências científicas disponíveis, considerando também os aspectos socioeconômicos das políticas de conservação.

Em 2005, por recomendação do CIRVA, o Ministério do Meio Ambiente do México declarou um Refúgio Vaquita que contém dentro de suas fronteiras aproximadamente 80% de todas as posições de avistamento de vaquita verificadas para proteger esses botos. Isso foi seguido pela declaração de uma proibição de 2 anos da pesca com rede em toda a faixa de vaquita conhecida em abril de 2015. No entanto a pesca ilegal continuou.

O pequeno cetáceo está à beira da extinção

Em fevereiro de 2017 o CIRVA lança o relatório CIRVA-8 com notícias devastadoras para a vaquita: A população continuou a diminuir para apenas 30 indivíduos em novembro de 2016. Só entre 2011 e 2016, 90% da população (conforme estimativa apurada em 2011) desapareceu.

Em abril de 2021 uma contagem das vaquitas existentes indicou que haviam pelo menos 10 exemplares adultos e 3 filhotes. Esse número representa uma catástrofe anunciada de que está próximo o desaparecimento completo do animal em que pesem todos os esforços realizados até agora. Somente a captura de todos os animais restantes para serem levados para local seguro e protegido poderia salvá-los, mas alguns são contrários por acreditarem que os animais não suportarão o deslocamento e poderão morrer no caminho.

Em agosto de 2023, a Comissão Baleeira Internacional – IWC (International Whaling Commission) emitiu seu primeiro “alerta de extinção” em 70 anos para a vaquita. Segundo a comissão a extinção desse animal é inevitável, a menos que 100% das redes de pesca sejam substituídas imediatamente por equipamentos de pesca alternativos. Mesmo assim, levaria cerca de 50 anos para que a população volte para onde estava a 50 anos.

Ainda existem cerca de 10 dos pequenos botos no Golfo da Califórnia, no México de acordo com recente pesquisa realizada no mês de maio, por especialistas do México, do grupo de conservação Sea Shepherd e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA). Esse é um número semelhante ao observado na última expedição desse tipo em 2021 ou seja, não houve nenhum avanço nesse período, e o risco de extinção é muito alto. 

Fonte: softbacktravel, IUCN – SSC Cetacean Specialist Group, Sea Sheperd Conservation SocietyEuronews

Foto: Vaquita_Softbacktravel