Extinta gazela mhorr é reintroduzida na natureza


 A gazela dama (Nanger dama) é uma das espécies de gazelas mais singulares, ameaçadas e pouco estudadas do norte da África. Esta espécie se caracteriza por suas adaptações fisiológicas, ecológicas e comportamentais para viver em áreas desérticas e semidesérticas do Norte da África. Mas atualmente é uma das espécies em risco de extinção na natureza. As únicas populações confirmadas atualmente estão localizadas no Níger, Mali e Chade, e é considerada extinta no Senegal, Mauritânia, Sudão e na região do sul de Marrocos. A espécie está atualmente classificada como Criticamente Ameaçada e os números são estimados em menos de 250 indivíduos na natureza, e cerca de 1000 indivíduos em cativeiro na Europa, EUA e Oriente Médio (Esses números incluem todas as subespécies).

Todas as subespécies da gazela dama estão criticamente ameaçadas

Há três subespécies da gazela dama. A gazela dama comum (Nangem dama dama) Habitava do Senegal até o nordeste da Nigéria e fronteira do Chade. Tem presença confirmada no Mali e no Niger. A gazela dama Addra (Nanger dama ruficolis) provavelmente extinta na natureza. Há programas de reprodução em cativeiro na Europa, América do Norte e Oriente Médio. A gazela dama mohrr (Gazela dama mohrr). Nativa do Chade, Mali, Niger, Líbia, Mauritânia, Marrocos, Nigéria, Tunísia. Extinta na natureza. Foi reintroduzida no Sul do Marrocos.

Gazela mohrr foi extinta na natureza na década de 1960

A gazela mohrr é a subespécie mais colorida. Foi extinta na natureza em 1968. Todo o conhecimento sobre aspectos básicos de sua biologia, fisiologia, genética e comportamento veio de estudos realizados em populações de cativeiro. Para evitar a completa extinção desta subespécie, um programa de reprodução em cativeiro foi iniciado em 1971 no Centro de Resgate do Saara na Estação Experimental de Zonas Áridas (EEZA) em Almeria (Sudeste da Espanha) com as últimas gazelas mhorr que viveram no sul do Marrocos.

Dentre as ações de conservação iniciadas no programa de reprodução em cativeiro estava o estabelecimento de populações em áreas cercadas como fase prévia à sua liberação total na natureza. A primeira experiência de reintrodução de um grupo de gazelas mohrr na natureza ocorreu na Reserva Safia, no Sul do Marrocos.

As gazelas soltas na natureza sofreram perdas por não reconheciam predadores

A gazela mhorr demonstrou capacidade de selecionar e fixar territórios em áreas favoráveis, após ter sido mantida por gerações em cativeiro. No entanto, sua incapacidade de reconhecer predadores foi demonstrada em um ataque inesperado de cães, resultando na morte de sete gazelas libertadas. O estudo que analisou o primeiro projeto de reintrodução da gazela mohrr na natureza foi publicado na Global Ecology and Conservation e confirmou que os cães como predadores e caça furtiva continuam a ser a principal ameaça aos projetos de reintrodução no sul do Marrocos.

O processo de salvamento da gazela mohrr vem confirmar que as reintroduções continuam sendo uma importante ação de conservação de espécies ameaçadas de extinção.

Fonte: Zoobudapest, argos-system

Foto: Gazela mhorr - webp