A reintrodução de sucesso do outrora extinto Condor da Califórnia

 


O Condor da Califórnia (Gymnogyps californianus) foi extinto na natureza por volta de 1987, quando foram removidos os 22 indivíduos restantes para criadouros e zoológicos nos Estados Unidos visando sua reprodução e posterior soltura.

A reintrodução do condor da Califórnia

Os números aumentaram através da reprodução em cativeiro, e a partir de 1991, os condores foram reintroduzidos na natureza. Desde então, sua população cresceu, mas o condor da Califórnia continua sendo uma das espécies de aves mais raras do mundo: em 2019, havia 518 condores da Califórnia vivendo em estado selvagem (a maioria) ou em cativeiro.

Espécimes do condor-da-Califórnia foram soltos em 1991 e 1992 na Califórnia, em 1996, no Arizona, próximo ao Grand Canyon, e em 2002 na Baixa Califórnia, México. Apesar da taxa de nascimento permanecer baixa na natureza, o número da população aumenta constantemente, devido às regulares solturas de indivíduos na fase da adolescência criados em cativeiro.

Um ano importante para o projeto de reintrodução foi 2015, quando ocorreram mais nascimentos de condores na natureza do que morreram.

O sucesso do programa de recuperação

Atualmente (2023) já são 560 condores, incluindo 300 que voam livremente na Califórnia, Baja Califórnia (México), Arizona e Utah. O programa de recuperação do condor-da-Califórnia começou em 1979 pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (USFWS). São doze casais que fazem parte do programa e em 2023 geraram um recorde de 20 ovos que após serem incubados artificialmente, são criados pelas aves adultas e com dois anos são soltos na natureza.

Distribuição e ameaças

O condor agora é encontrado em colinas remotas e irregularmente arborizadas e em áreas abertas com terreno rochoso. Os locais de reprodução são afloramentos rochosos, cavidades de grandes árvores ou fendas nas falésias. Eles se alimentam principalmente de carcaças de grandes mamíferos, mas também de coelhos e roedores mortos. Eles empoleiram-se nos galhos das árvores e ao longo das bordas dos penhascos, muitas vezes em grupos, embora não façam ninhos comunitários e defendam sua área de nidificação agressivamente. As fêmeas botam um único ovo a cada dois anos.

A contaminação por chumbo

A recuperação de carcaças de condor tem permitido avaliar os diversos agentes de mortalidade. A causa mais frequente de morte diagnosticada tem sido o envenenamento por chumbo pela ingestão de resíduos de munição com esse metal (fragmentos de balas, balas intactas e tiro de chumbo) em restos mortais de animais mortos por arma de fogo.

Para manter a atual pequena população de condores, são monitorados e tratados para envenenamento por chumbo, sem o qual a população provavelmente cairia novamente. Seu estilo de vida, de não procriar até que tenham pelo menos seis anos de idade, e ter apenas um filhote uma vez a cada dois anos, os deixa vulneráveis a mudanças em seus habitats.

Fonte: ECOA_UOL, U.S. Fish & Wildlife Service, Edge of Existence, Animal Diversity, FOX KVTU, CBS8, Portland Tribune

Foto: Natural History Museum