Gustavo Di Melo - via wikimedia commons |
Na pesquisa, os cientistas
estimaram quanta devastação as harpias conseguiam tolerar e observaram que, nas áreas desmatadas,
eram encontradas menos presas e de menor peso. Também descobriram que as
harpias não buscaram presas alternativas. Em locais com 50 a 70% de
desmatamento, três águias morreram de fome, e nenhum ninho foi encontrado em
áreas mais de 70% devastadas. Concluíram que o nível de desmate máximo que as
harpias suportam ao seu redor a ponto de gerar filhotes e alimentá-los é de até
50% de perda de vegetação nos arredores do ninho.
O
grupo de pesquisa reconhece que a espécie está declinando, e o estudo mostra o
mecanismo que causa essa redução. Há um processo de perda de habitat, na
Amazônia, produzido sobretudo pela criação de gado. Com isso, diversos animais
terminam com seus ninhos em locais que já não dispõem de bastante área
florestal para providenciar alimento para eles.
Felizmente
há projetos em andamento que procuram reproduzir as harpias para poder
soltá-las no ambiente natural. É o caso da Itaipu Binacional que mantém um
Programa de Reprodução da Harpia mantido pela usina. Em decorrência do trabalho
desenvolvido, em abril de 2020 comemorou-se a chegada do 50º.filhote de águia
nascido no cativeiro mantido pelo Programa.
O
plantel do programa conta com 36 aves. A alta taxa de nascimentos permite que
sejam fornecidos espécimes para várias instituições ambientais no Brasil e no
exterior. O detalha é que para a exportação é permitido somente o envio de
animais de 2ª. geração, ou seja, de filhotes de pais nascidos em cativeiro.
O
objetivo é a devolução das aves nascidas em cativeiro à natureza. O que implica
num trabalho minucioso que começa por criar um recinto no meio da floresta, longe
do contato humano, colocar presas vivas para as aves caçarem expondo-as cada
vez mais a situações naturais, como procura de comida ou a falta de proteção
contra a chuva e do sol. O Programa está em contato com outras instituições
para encontrar locais onde seriam feitas estas solturas.
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Foto: Gustavo Di Melo,via Wikimedia Commons