Entre a conservação e a extinção: o futuro incerto do leão-da-África-Ocidental



Entre a conservação e a extinção: o futuro incerto do leão-da-África-Ocidental

O leão-da-África-Ocidental (Panthera leo senegalensis), também conhecido como leão senegalês, é uma subespécie de leão que habita a região ocidental da África, estendendo-se do Senegal. Nigéria, Benin, Níger e Burkina-Faso (Uma única população de leões é encontrada nesses três últimos países, habitando a tríplice fronteira). Este felino, ao mesmo tempo que enfrenta ameaças a sua existência, há vários esforços de conservação associados a essa subespécie de leão, que enfrenta um risco crítico de extinção.

A subespécie tem características únicas

Diferentemente de seus parentes das savanas do sul da África, os leões-da-África-Ocidental são mais altos e musculosos, com jubas menos majestosas. Esta subespécie, que inclui cerca de 300 indivíduos adultos, é reconhecida por sua proximidade genética com os leões asiáticos da Índia, diferenciando-se dos leões do sul africano significativamente tanto em características físicas quanto genéticas.

Restam poucos refúgios da subespécie

Os leões-da-África-Ocidental estão espalhados por algumas áreas protegidas, sendo o Parque Nacional Niokolo-Koba, no Senegal, e o Complexo W-Arly-Pendjari, abrangendo Burkina Faso, Níger e Benin, dois dos seus últimos refúgios. A população em Niokolo-Koba é particularmente isolada e considerada geneticamente distinta, enquanto o Complexo W-Arly-Pendjari abriga a maior parte dos leões restantes nesta região. Desde que a organização Panthera começou a trabalhar no Parque Nacional Nicole Koba (NKNP) em 2011, a população de leões mais do que duplicou, passando de 10-15 indivíduos para 30 em 2021, devido aos esforços persistentes de combate à caça furtiva e de monitoramento científico. A organização estabeleceu a meta ambiciosa de aumentar, no Parque, a população de leões para 50 até 2025 e 100 até 2030.

Há várias ameaças à sobrevivência do leão-da-África-Ocidental

A existência desses leões está gravemente ameaçada por múltiplos fatores. A caça ilegal, visando tanto os leões quanto suas presas (como antílopes e búfalos), é uma preocupação significativa, assim como o uso de partes do corpo do leão na medicina tradicional na África e na Ásia. Além disso, a perda de habitat devido à expansão agrícola, à mineração artesanal e aos incêndios florestais contribui para o declínio de suas populações. A situação é agravada pela falta de recursos para a conservação, aumentando as pressões sobre esses animais.

Esforços de conservação em andamento

Em resposta a essas ameaças, organizações como a Panthera e a Lion Conservation Foundation estão implementando projetos de conservação. Esses esforços incluem a proteção e restauração de habitats, educação para a conservação, e programas de reprodução em cativeiro com o objetivo de reintroduzir leões na natureza. Tais iniciativas são cruciais para a sobrevivência do leão-da-África-Ocidental, dada a sua importância ecológica e cultural na região, aparecendo em brasões e selos dos países onde ocorre.

Planos de Ação e Necessidade de Colaboração

A conservação do leão-da-África-Ocidental enfrenta desafios significativos, incluindo a necessidade de apoio internacional e a implementação de planos de ação eficazes nos países onde esses leões ainda existem. A sobrevivência desta subespécie é incerta, mas os esforços contínuos de conservação são essenciais para evitar sua extinção.

Fontes: National Geographic, G1Globo, BBC, Rarest.org, EcoDiversidad, Nature & Consevation Photography, Panthera 

Fotos:by Mouhamadou Mody Ndiaye_Panthera e Imagem do Sêlo da República do Níger com representação do leão-da-África-Ocidnetal.