O peixe-boi-marinho-das-Antilhas (Trichechus manatus manatus), também conhecido como guarabá, guaraguá, manaí, manati, manatim e vaca-marinha é um mamífero aquático pertencente à ordem Sirenia, é um dos animais mais emblemáticos da fauna marinha nas Américas. Distribuído geograficamente pelo Caribe e pelas Américas Central e do Sul, essa subespécie se estende ao norte até o México e ao sul até o Brasil. No território brasileiro, especificamente, a distribuição do peixe-boi-marinho é descontínua, é encontrado em uma faixa que vai do Amapá a Alagoas, embora registros históricos indicam uma presença anterior até o Espírito Santo. Pode ser encontrado em estuários, lagoas e rios costeiros.
Os peixes-boi têm três espécies
presentes nas Américas e Africa
A família Trichechidae, conhecida
como peixes-boi ou manatis, é composta por três espécies principais e
duas subespécies. O peixe-boi africano (Trichechus senegalensis)
reside nas águas costeiras e fluviais do oeste da África, estendendo-se do
Senegal até Angola. Já o peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis)
é uma espécie fluvial que habita a Bacia Amazônica, abrangendo áreas da
Colômbia, Peru e Brasil. O peixe-boi marinho (Trichechus manatus),
um mamífero aquático herbívoro, é encontrado desde o Sudeste dos Estados Unidos
até o Nordeste brasileiro, incluindo regiões costeiras, estuarinas, pântanos e
águas quentes e rasas. Este último se divide em duas subespécies: o peixe-boi-marinho-das-Antilhas
(Trichechus manatus manatus), localizado na América Central e do Sul
incluindo o Brasil onde se encontra ameaçado de extinção, e o peixe-boi-marinho-da-Flórida
(Trichechus manatus latirostris), presente no sudeste dos Estados Unidos.
Subespécie que vive no Brasil é
de grande porte podendo pesar até 600 kg.
Este mamífero aquático de grande
porte pode atingir 4,5 metros de comprimento e pesar até 600 kg na fase adulta.
Sua aparência distinta inclui uma pele áspera e acinzentada, uma cauda achatada
e larga, nadadeiras peitorais com visíveis unhas, além de um focinho largo com
lábios flexíveis. Diferentemente do peixe-boi amazônico, o peixe-boi-marinho-das-Antilhas
possui uma pelagem com manchas esverdeadas devido à presença de algas e pêlos
finos distribuídos por todo o corpo.
Apesar de seu grande porte o
peixe-boi-marinho-das-Antilhas é inofensivo e dócil
A dieta desse mamífero é
predominantemente herbívora, incluindo uma variedade de algas, capins marinhos
e vegetação de mangues. No entanto, também foram registrados o consumo de
invertebrados associados à vegetação e a ingestão eventual de peixes, o que sugere
uma dieta mais diversificada e adaptável do que se acreditava anteriormente.
Apesar de sua envergadura e
aparência robusta, o peixe-boi-marinho é conhecido por seu comportamento
inofensivo e dócil. Seus movimentos são lentos e letárgicos, e eles são
comumente observados sozinhos ou em pequenos grupos. Estes animais têm
habilidades de comunicação vocal e se orientam por meio de vibrissas altamente
sensíveis, que são usadas tanto para alimentação quanto para navegação.
Subespécie corre risco no Brasil
devido ao enredamento em redes e choque com embarcações
Contudo, a espécie enfrenta sérias
ameaças à sua sobrevivência. Historicamente, a intensa caça reduziu
drasticamente sua população, e atualmente, a perda e a degradação do habitat,
juntamente com o enredamento em redes de pesca e o impacto de
embarcações, representam os principais desafios para sua conservação. No
Brasil, o peixe-boi-marinho-das-Antilhas está categorizado como "Em
Perigo" na lista de espécies ameaçadas de extinção.
Esforços de conservação tem sido
desenvolvido visando a proteção desses peixes-boi
Em resposta a essas ameaças, foram
desenvolvidos esforços de conservação significativos. O Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) implementou dois planos de ação
nacionais dedicados ao peixe-boi-marinho: o PAN
Sirênios e o PAN
Peixe-boi Marinho. Estes planos visam reduzir os efeitos das atividades
antrópicas sobre as populações naturais da espécie, além de ampliar o
conhecimento e aperfeiçoar as ações de conservação ex situ. A espécie também é
contemplada no PAN
Manguezal.
Um dos esforços de conservação
mais antigos é o Programa de Solturas de Peixe-boi-marinho
Entre os esforços de conservação,
destaca-se o Programa de Solturas de Peixe-boi-marinho, iniciado em 1994 e que
se mantém em atividade, com o objetivo de conectar populações isoladas,
minimizar a depressão endogâmica e facilitar a recolonização de áreas
historicamente habitadas por esses mamíferos. Além disso, o programa inclui a
reabilitação e a liberação de peixes-boi-marinhos resgatados, muitos dos quais
são filhotes neonatos que encalharam nas praias.
O peixe-boi-marinho-das-Antilhas é
uma espécie vital para os ecossistemas marinhos das Américas. Embora enfrentem
desafios significativos, os esforços contínuos para sua conservação oferecem
esperança para a sobrevivência e a prosperidade desse mamífero emblemático.
Fontes: Ambiente
Brasil, Revista
Brasileira de Zoociências, Animalia Bio,
AMDA,
O Eco,
Revista
Eletrônica ICMBio
Fotos: Peixe-boi-marinho-das Antilhas_Instituto Bicho D'água e segunda foto: Peixe-boi-marinho-das Antilhas_ICMBio_Divulgação