O bacurau-de-rabo-branco (Hydropsalis candicans), um residente noturno dos campos limpos do Cerrado brasileiro, enfrenta desafios crescentes em seu habitat natural. Medindo cerca de 20 cm, esta ave se destaca pela faixa branca nas asas e abdômen e pelas retrizes laterais brancas, enquanto o restante da plumagem apresenta um tom marrom-claro com manchas marrom-escuras. Durante o voo, os machos revelam o contraste do branco sob as asas e da cauda com o preto nas extremidades das asas.
Bacurau-de-rabo-branco está classificado como ameaçado de
extinção
A espécie é conhecida por se alimentar de insetos e por fazer ninhos no
solo, adaptando-se bem ao ecossistema único do Cerrado, onde a presença de
cupinzeiros é frequente. Apesar das populações serem consideradas bem
protegidas em certas áreas, o bacurau-de-rabo-branco está listado como
ameaçado de extinção. As principais ameaças incluem a destruição de seu habitat
natural por meio de queimadas, a conversão do Cerrado para plantações
de eucalipto, pastagem, soja e outras culturas, além da mineração para
extração de argila refratária e a consequente criação de lagoas
artificiais. Esses fatores, junto à contaminação de águas por agrotóxicos
e alterações climáticas decorrentes do desmatamento, impõem sérios
riscos à sobrevivência da espécie.
Descoberta de nova população do bacurau no Triangulo
Mineiro tem atraído observadores de pássaros
O bacurau-de-rabo-branco é encontrado em quatro localidades
conhecidas: Parque Nacional das Emas (entre Goiás e Mato Grosso do Sul),
Reserva Mbaracay e Laguna Blanca no Paraguai, e a Estação Biológica de Beni na
Bolívia. No Brasil, sua presença é registrada principalmente em Goiás e Mato
Grosso do Sul, em 2017 foi descoberta uma população em Uberaba, Minas
Gerais. A descoberta dessa nova população no Triangulo Mineiro, uma
região de fácil acesso, tem atraído observadores de pássaros do mundo todo
incrementando o turismo local.
Projeto “Onde esta o bacarau? “pretende encontrar novas
populações da ave no Triangulo Mineiro
Em resposta a esses desafios, foi criado o projeto "Onde está o
bacurau?", gerenciado pela Associação
para a Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (Angá) desde 2022. Este projeto, com
recursos alocados de R$260.060,00 e duração de 24 meses, com foco no Triangulo
Mineiro e Alto Paranaíba, procura não apenas novas populações do bacurau-de-rabo-branco,
mas também identifica e propõe ações para sua conservação. A iniciativa busca
balancear a preservação das áreas naturais com o uso rural, sugerindo a criação
de um Refúgio de Vida Silvestre. Isso não apenas beneficiaria a biodiversidade
local, mas também fomentaria a economia através do turismo de observação de
aves, já popular na região devido a essa espécie emblemática.
Economia local pode ser alavancada pelo incremento do
turismo de observação de aves
O turismo de observação de aves, potencializado pelo interesse no
bacurau-de-rabo-branco, pode contribuir significativamente para a
economia local, estimulando serviços de guia, alimentação e hospedagem. A
espécie, que se tornou símbolo da luta pela criação de uma unidade de
conservação de proteção integral, evidencia a importância de compatibilizar as
atividades econômicas com a preservação do meio ambiente.
Fontes: WikiAVes, Ebird,G1Globo, Animalia.bio, JM
On LIne, O
Eco, Arthur
Grosset, Pan
Aves do Cerrado, Estado
de Minas
Foto: Bacurau-de-rabo-branco_Arthur Grosset