O sapo-dourado-panamenho (Atelopus
zeteki) ou rã-dourada-panamenha é uma espécie endêmica do Panamá
originada nos arredores da pequena cidade de El Valle de Antón e no Parque
Nacional Altos de Campana. Os sapos foram vistos pela última vez na natureza em
2007 – em uma curta cena filmada pela BBC para um dos documentários, da série
Life in Cold Blood, sobre répteis e anfíbios. Acredita-se que pode estar
extinta na natureza. Atualmente são conhecidas somente populações cativas do
anfíbio. Esta listado como criticamente ameaçado pela Lista
Vermelha da IUCN.
Sapo-dourado-panamenho é
reverenciado por todo país pois acredita-se que traz boa sorte
A rã-dourada-panamenha é o
animal nacional do país. Sua imagem pode ser encontrada em muitos itens, incluindo
roupas, bilhetes de loteria e revistas. Seu nome aparece também em hotéis,
cervejas artesanais e boutiques. Acredita-se que traz boa sorte para as pessoas
e costuma ser levado para as casas das pessoas para dar sorte. No dia 14 de
agosto é comemorado o Dia Nacional do sapo-dourado com comemorações por
todo o país. Povos indígenas pré-colombianos os reverenciavam e suas imagens
foram trabalhadas em talismãs de ouro e argila.
Doença causada pelo fundo quitrídio foi a causadora do golpe final na
extinção dos sapos-dourados
Seu desaparecimento foi causado
pela intensiva coleta para exibição em hotéis e locais turísticos e pelos
habitantes locais que os levavam como animais de estimação. Outros fatores,
como perda de habitat e poluição da água, também afetaram a
espécie. O golpe definitivo foi sua contaminação pela doença quitridiomicose
panzoótica, doença causada pelo fungo Bd (Batrachochytrium
dendrobatidis), também conhecido como quitrídio. Esse fungo é o
principal responsável pela maior perda de biodiversidade entre os anfíbios de
todo mundo.
Toxina da rã-dourada-panamenha
é altamente tóxica
Sua coloração, de um amarelo
brilhante, serve como aviso de que possuem uma toxina altamente venenosa, para
protege-los de predadores como pássaros, cobras e peixes. A pele de uma única rã-dourada-panamenha
contém toxinas suficientes para matar 1.200 ratos. Machos e fêmeas adultos têm
coloração semelhante. De verde amarelado claro a dourado brilhante. Eles também
costumam ter várias manchas pretas nas costas e nas pernas, embora alguns deles
não tenham nenhuma mancha ou traço preto. Não há manchas na parte inferior.
Cada indivíduo tem um padrão individual que ajuda a diferenciá-los. São sapos
minúsculos. O comprimento médio do corpo do macho é de 3,5 a 4,8 cm, com o peso
médio de 3 a 12 gramas. As fêmeas são maiores que os machos em até 25% mais
longas e pesadas. O comprimento médio do corpo da fêmea é de 4,5-6,3 cm, com
peso médio de 4-15 gramas.
Sapos-dourados-panamenhos
tornam-se tóxicos devido a sua dieta, em cativeiro não produzem a toxina
Quando adultos, os sapos-dourado-panamenho,
são insetívoros alimentando-se de besouros, moscas, formigas, lagartas, vespas
e aranhas e quando na sua forma de girino se alimentam de algas e organismos
microscópicos. É a sua dieta que ajuda a torná-los tóxicos até ao toque. Quanto
mais diferentes tipos de invertebrados e insetos o sapo come, mais tóxicas se
tornam as secreções de sua pele. Em cativeiro são alimentados, principalmente,
com moscas da fruta, besouros do feijão e grilos e não produzem a toxina.
Espécie é endêmica do Panamá e
considerado animal nacional protegido
O sapo-dourado-panamenho é
encontrado exclusivamente no Panamá. Esses animais vivem em áreas de florestas
tropicais de montanhas, perto de cursos de água com água fria e corrente. Entre
novembro e janeiro, as fêmeas do sapo retornam da floresta para os riachos onde
os machos marcaram território. Após o acasalamento, a fêmea encontra um lugar
raso em um riacho e coloca cerca de cem ovos que são presos a uma rocha ou
seixo e protegidos do sol. Enquanto a fêmea coloca os ovos, o macho os
fertiliza e após 6 a 9 dias os girinos nascem. Ao nascerem, os girinos são de
cor branca ou arenosa para combinar com o fundo do riacho, protegendo-os de
predadores e permanecerão nessa forma por cerca de quatro a oito meses antes de
se transformarem em sapos. A maturidade sexual é atingida aos dois anos de
idade.
População selvagem do
sapo-dourado-panamenho não é vista há mais de treze anos
O último registro de um sapo-dourado-panamenho
selvagem foi feito em 2009. Desde então, eles só são conhecidos de
indivíduos cativos. Suspeita-se de que uma pequena população ainda possa
existir em ambiente florestal selvagem. Programas de reprodução em cativeiro foram
estabelecidos com o objetivo de reintrodução na natureza. Em 2011, o governo
lançou o Plano de
Ação para a Conservação dos Anfíbios no Panamá (Action Plan for the
conservation of the amphibians of Panama), que hoje envolve os esforços de
40 organizações em 13 países, tendo três objetivos principais – pesquisa,
conservação e educação –. O Centro de Conservação
de Anfíbios de El Valle (Fundação EVACC), também está trabalhando para a
preservação do sapo-dourado em cativeiro. O zoológico do Centro é o lar
de cerca de mil exemplares do sapo-dourado.
Embora tenham sido reproduzidos
com sucesso em cativeiro, eles ainda não podem ser devolvidos ao habitat
selvagem pois a cura para a quitridiomicose ainda não foi encontrada. O
objetivo dos cientistas agora é primeiro derrotar o fungo quitrídio para
depois devolvê-los ao seu habitat.
Fontes: Unesco, Animalia Bio, Amphibian Rescue, Endangered Animals, Animal Facts, Miambiente, Efeverde, Xinhua español, Mis animales, La Estrella de Panamá, El mundo, NGE, Ecu Red, Fandom, Medio Ambiente y Naturaleza, Smithsonian’s National Zoo, Science News, Smithsonian Magazine, South Coast Today
Fotos: Sapo-dourado-do-Panamá_by Brian Gratwicke e segunda foto: Acasalamento-sapo menor(macho), sapo maior(fêmea)_by Brian Gratwicke