Codorna-mineira uma rara espécie do cerrado e de difícil visualização


A codorna-mineira (Nothura minor) também conhecida como codorna-buraqueira, codorniz, inambuí e codorna-miúda é um pequeno tinamídeo de cerca de 20 cm de comprimento e de difícil observação na natureza. É uma codorniz pequena, de coloração avermelhada, tem uma plumagem em tons creme salpicados de negro e o alto da cabeça e as costas em tons castanhos. As patas são amareladas, o bico preto e a íris castanha. Muito parecida com a codorna-amarela (Nothura maculosa), mas é bem menor.

Espécie é sensível às alterações no habitat, sendo incapaz de adaptar-se aos ambientes modificados

É uma espécie frágil e muito mansa, raramente avistada e que vive em pastagens densas e sai em busca de alimentos por áreas degradadas e espaços abertos, que eram do bioma cerrado e agora são vastas plantações de soja. Estas aves podem se abrigar em buracos de tatu ou outros buracos no solo, que lhe dá um dos seus nomes populares. A codorna-mineira é uma espécie bastante sensível às alterações em seu hábitat, sendo incapaz de adaptar-se a hábitats modificados pelos humanos.

Agricultura mecanizada e pesticidas tóxicos são as maiores ameaças à codorna-mineira

Uma das ameaças à espécie são os tratores utilizados na agricultura mecanizada e a pulverização de pesticidas tóxicos que se espalham por grandes áreas, causando a morte dos animais ou tornando-os inférteis para reprodução. A codorna-mineira para fugir dessa situação habita, cada vez mais, pontos altos onde as máquinas não conseguem lidar com o solo e se refugia neste espaço pequeno. No entanto, essas áreas estão sendo ocupadas por plantações de eucaliptos dificultando a sobrevivência futura da espécie. Está Listada como vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN e na Lista oficial da fauna brasileira ameaçada de extinção de 2022 consta como Em Perigo de Extinção(EN).

Ave é endêmica do bioma cerrado, sua presença foi confirmada no Paraguai

A codorna-mineira, é ave endêmica do cerrado, habitando campos limpos ou sujos. Atualmente é encontrada nos remanescentes bem conservados dos Estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul. No Estado de São Paulo se registra um declínio acentuado da população da codorna-mineira, aparentemente ocorrendo em baixas densidades nos locais onde há registro recente, estando ausente em localidades com hábitats favoráveis. No Paraguai foi identificada sua presença em 2003, sendo publicado artigo científico  em dezembro de 2004 relatando essa descoberta.

Várias unidades de conservação registram a presença da espécie

Em unidades de conservação pode ser encontrada no Parque Nacional (PARNA) da Chapada dos Guimarães (MT); PARNA de Brasília (DF); PARNA da Serra da Canastra (MG); PARNA das Emas e PARNA da Chapada dos Veadeiros (GO). Foi também registrada na REBIO do Roncador (MT) e na EE de Itirapina (SP).

Entre as estratégias de conservação da espécie está a busca de novas populações

Entre as estratégias de conservação está a procura por novas populações em remanescentes bem conservados de Cerrado nos Estados onde a espécie já foi registrada. Há também necessidade de aumentar a proteção efetiva das Unidades de Conservação onde a codorna-mineira ocorre, principalmente para evitar incêndios e combate-los com agilidade. Há ainda a necessidade de iniciar sua criação em cativeiro, visando a reintrodução em áreas protegidas onde esteja extinta localmente.

Fontes: G1Globo, Passaro.org, Wikiaves, Ebird, Ambiente Brasil,Porto Velho e Sustentabilidade, CEO, Earth Endangered, Avibase, Birds of the World 

Foto: Codorna-mineira_ by luiz Alberto dos Santos