O antílope-beira (Dorcatragus megalotis) é um pequeno antílope das regiões áridas do norte da Somália, nordeste da Etiópia, Djibouti e Somalilândia. É um mamífero ungulado que mede entre 80 e 86 cm de comprimento, 50 a 60 cm de altura e pesa entre 9 e 11,5 kg. A cauda é de 6 a 7,5 cm de comprimento O dimorfismo sexual está presente nesta espécie, com as fêmeas tendendo a ser maiores e mais pesadas que os machos. Os chifres estão presentes apenas nos machos e apontam verticalmente acima da cabeça e medem entre 9 e 13 cm.
A característica principal do
antílope-beira são suas enormes orelhas que se destacam
Esta espécie tem uma pelagem cinza
avermelhada na parte superior, enquanto as partes inferiores são brancas. Uma
faixa escura percorre os flancos separando claramente as duas cores principais.
As pernas são extremamente longas e delgadas e de cor amarelo avermelhada. A
cabeça vermelho-amarelada é acentuada com pálpebras pretas e anéis brancos ao
redor dos olhos. A característica mais marcante deste antílope são as suas
orelhas grandes, com 15 cm de comprimento e 7,5 cm de largura. Os cascos têm
uma sola larga e grossa.
A espécie vive exclusivamente no
Chifre da África
O habitat do Antílope beira são
semidesertos pedregosos no Chifre da África. Reside em encostas
rochosas, colinas e montanhas áridas e secas pontilhadas de arbustos. Ele
procura por gramíneas e folhas das quais cobre todas as suas necessidades, não
precisando nem mesmo de mais absorção de água. Beiras vivem em pequenos
rebanhos de um máximo de sete animais, agrupados em torno de um macho.
Esta espécie é nativa de Djibuti,
Etiópia, Somália e Somalilândia. A maior concentração da
espécie ocorre na Somalilândia, sua área de distribuição ainda inclui o Noroeste
da Somália, o Djibuti com localização nas regiões montanhosas de Ali Sabieh,
Arrey, Assamo e a Etiópia, sendo a espécie conhecida nas Montanhas Marmar ao
longo da fronteira com o Noroeste da Somália. Pesquisa publicada em 2009 na revista Óryx relatou o avistamento em Djibouti de 28
grupos considerados distintos que continham um total de 99 indivíduos: 42
fêmeas adultas, 26 machos adultos, 4 machos subadultos, 18 jovens e nove cuja
idade não puderam ser determinadas devido às circunstâncias das observações.
Há várias ameaças ao antílope-beira, principalmente, a degradação e fragmentação do habitat
As ameaças ao antílope-beira
são a seca, degradação do habitat devido ao sobre pastoreio do gado doméstico,
caça descontrolada, corte de árvores e arbustos para exportação de carvão. O caracal (Caracal caracal) e o cão
selvagem africano (Lycaon pictus somalicus) são os principais predadores do
antílope-beira adulto. O gato selvagem africano (Felix Lybica), a
hiena( Hyaena hyaena) e
o chacal(Lupulella mesomelas) atacam principalmente os jovens. A beira é
atualmente considerada uma espécie em extinção, pois seus números
populacionais estão diminuindo nas últimas décadas devido à fragmentação do
habitat. Está listado como vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN.
Finalmente foram criadas duas áreas
protegidas no Djibouti para proteger o antilope
Só recentemente foi criada área
protegida dentro do alcance do antílope-beira. No Djibouti, o governo
classificou em 2014, a serra de Assamo e o vale de Djalélo como áreas
protegidas onde ocorre o antílope-beira. Apesar de serem áreas
protegidas, essas duas regiões sofrem danos ambientais devido a pressões
antrópicas: extração industrial de areia e cascalho, sobre pastoreio,
desmatamento para carvão, acampamentos ilegais etc. Proteger e monitorar essas
duas áreas é desafiador, o que ameaça ainda mais esses ecossistemas. Para
protege-las foi estabelecida uma rede de guardas ambientais. Além disso, essas
áreas protegidas também possibilitam a realização de estudos científicos e
ecológicos que contribuirão para a conservação da flora e da fauna desse
ecossistema.
Para sustentar financeiramente o
programa que envolve essas áreas protegidas e permitir que a população local
apoie a iniciativa, um acampamento de ecoturismo foi construído em cada uma
dessas duas áreas. A Associação
Beauval Nature está ativamente envolvida tanto no desenvolvimento da pesquisa
científica quanto no monitoramento da biodiversidade das duas áreas protegidas.
Há somente uma população em cativeiro
do antílope-beira no Qatar
Existe uma única população reprodutora
em cativeiro em Al Wabra Wildlife Preservation (AWWP) no Qatar onde
foram criados com sucesso. A criação teve início em 2000 com 8 animais fundadores
e o número atingiu um pico de 58 indivíduos em 2005. Como o antílope-beira
é classificado como uma espécie ameaçada com necessidade de proteção, a AWWP contribui
significativamente para o conhecimento científico sobre a espécie.
Independentemente do destino da população atual da AWWP, esse conhecimento adquirido
contribuirá para todos os futuros esforços de conservação.
Fonte: ZSL , GBIF, Oryx , Ultimate Ungulate, UPSpace, Djibouti Nature, Manimalworld, Earth’s Endangered Creatures, Beauval Nature, Instinct Animal, Human Village, Visit Horn Africa, IUCN_Current Status of Antelopes in Somaliland, Mammal Watching, S3.Amazonaws, Al Wabra
Foto: Antílope -beira_by D. Mallon e segunda foto: by Catrin Hammer