Embora no passado ocorressem em
grande número em várias partes do Saara, o órix cimitarra (Oryx
dammah) também conhecido como órix-do-Saara, está agora extinto
na natureza (EW). A espécie sofreu grandes perdas devido à caça
excessiva, perda e fragmentação de habitat e competição por
pastagens com o gado doméstico. Hoje existem pequenas populações
reintroduzidas, vivendo em áreas protegidas cercadas na Tunísia, Senegal,
Marrocos, Níger e Chade.
O órix cimitarra está
totalmente adaptado à vida em áreas semidesérticas
O órix cimitarra é
adaptado ao ambiente árido, habitando áreas semi-desérticas, estepes
anuais, dunas e depressões arborizadas, raramente adentrando o deserto
propriamente dito. Antílope de pelagem branco-creme, o órix cimitarra
possui longos chifres em forma de cimitarra que podem medir mais de um
metro. Seus cascos bem desenvolvidos permitem que ele se mova pela areia com
facilidade. Com a umidade contida nas
gramíneas em que pasta, pode sobreviver por vários meses.
As reintroduções começaram há
algum tempo com sucesso
As reintroduções em seu
habitat original começaram em 1985 com 10 órix dos zoos de Marwell
e Edinburgh, sob a coordenação
do ZSL (Zoological Society of London) que
foram soltos no Parque
Nacional Bou-Hedma na Tunísia; em 1997 esses exemplares soltos
reproduziram com sucesso e se tornaram um rebanho com 84 animais. Em 1999 e 2007, Marwell Wildlife
coordenou a soltura do órix cimitarra de várias coleções europeias em
diferentes áreas protegidas na Tunísia. As reintroduções envolvem várias
organizações e exigem muito conhecimento, juntamente com colaboração global. A restauração
dos antílopes e seus ecossistemas áridos na Tunísia, desde o
início, são fruto de parceria entre a Marwell Wildlife e a Tunisian
Direction Générale des Forêts (DGF).
Programa de reprodução do órix
cimitarra conta com milhares de exemplares em cativeiro
Atualmente existe um programa
global de reprodução em cativeiro para o órix cimitarra. No auge do
programa, haviam 11.000 exemplares em fazendas do Texas, Estados Unidos
e 4.000 nos estados árabes do Golfo Pérsico. O programa de reintrodução
envolve rebanhos existentes no Parque Nacional
Bou-Hedma, Parque
Nacional Sidi Toui e Parque
Nacional Oued Dekouk na Tunísia
; Parque
Nacional Souss-Massa no Marrocos; e Ferlo Faunal Reserve e Guembeul Wildlife Reserve no
Senegal.
Projeto de reintrodução da
espécie no Chade tem grandes expectativas de sucesso
A República do Chade está
desenvolvendo projeto para reintroduzir a espécie na Reserva de Caça Ouadi
Rimé-Ouadi Achim , com o apoio do Fundo de
Conservação do Saara e da Agência Ambiental de Abu Dhabi (EAD) . Esta
reserva é uma das maiores do mundo. Um primeiro grupo, de 23 animais, foi solto
no início de 2016 em um recinto de aclimatação e depois totalmente soltos na
natureza. No início de 2017 nasceu um
filhote, o primeiro nascimento na natureza em mais de 20 anos. Em 2017, outro
rebanho de 75 órix cimitarra chegou em uma operação liderada pelo Ministério do Meio Ambiente e Pesca do
Chade e pelo Fundo de Conservação
do Saara. Em 2021, 60 novos bezerros nasceram, elevando o número na
natureza para cerca de 400. O primeiro alvo crítico do Programa de Reintrodução
de órix Cimitarra no Chade é ter cerca de 500 animais vivendo completamente
livres na natureza.
Zoológicos europeus participam
intensamente de programas de reintrodução
A espécie também integra o Programa Europeu
de Espécies Ameaçadas (EEP) que tem como filosofia manter populações fora
de seus habitats ameaçados, evitando sua completa extinção com a reprodução em
zoológicos, possibilitando a sua reintrodução posterior em áreas protegidas de
seu ambiente natural. Zoológicos europeus, como o zoo
de Barcelona e o de Dublin tem
fornecido exemplares para a reintrodução em reservas do Saara africano.
Há milhares de exemplares do órix
de cimitarra cativos ao redor do mundo, com as maiores populações nos Estados
Unidos e países árabes do Golfo Pérsico,
garantindo uma reserva significativa que possibilitará muitas solturas no
futuro próximo com a provável restauração de populações selvagens deste magnífico
antílope.
Fonte: Smithsonian National Zoo, Biodiversity4all, Maxwell Wildlife, ZooBarcelona, Fundo de Conservação do Saara (SCF) , Fundação DODO, Animal Diversity, Dublin Zoo, SCF
Foto: Órix-cimitarra_G. Roque s Rogery e soltos no Chade_SCF