Como única subespécie de puma
existente a leste do Estados Unidos, a pantera-da-Flórida (Puma
concolor coryi) tem uma longa história de luta pela sobrevivência. Fortemente
caçadas depois de 1832, quando foi criada uma recompensa por panteras.
Percebida como uma ameaça para humanos, gado e animais de caça, a espécie
estava quase extinta em meados da década de 1950. Em 1973 foi uma das
primeiras espécies adicionadas à lista de espécies ameaçadas de extinção dos
Estados Unidos.
A pantera da Flórida teve
bastante reduzida sua área de distribuição
Uma pantera da Flórida se
distingue de outras espécies de Puma, particularmente, pela sua cauda e
dorso. Apresentam uma cauda torta e nas costas um pedaço de pele único. O pelo
das costas é quase como um topete, não se igualando ao resto do pelo da
pantera. Possuem cerca de 1,8 a 2,1 metros de comprimento, com os machos
maiores que as fêmeas.
O alcance histórico da pantera
da Flórida se estendia da Flórida à Louisiana por todos os estados da Costa
do Golfo e Arkansas. Hoje, o único lugar dessas panteras selvagens é a ponta
sudoeste da Flórida em pântanos como Everglades National Park e Big Cypress National. Utilizam
uma diversidade de habitat de clima quente, vivendo em pântanos e florestas de
terra firme.
Perda do habitat é uma das
principais ameaças à sobrevivência das panteras
Entre as principais ameaças à
sobrevivência da pantera da Flórida estão a perda, fragmentação e degradação
do habitat. A mortalidade nas estradas, que limita sua expansão, é a
maior causa humana de mortes de panteras – dezenas delas são mortas nas
estradas todos os anos enquanto procuram território, alimento e parceiros. Todo
ano uma média de 25 animais são mortos nas estradas, embora haja números
maiores como o recorde de 34 em 2016. A falta de aceitação dos proprietários de
terras em conviver com as panteras pode ameaçar sua recuperação.
Reduzido número das panteras
da Flórida as tornam vulneráveis a problemas genéticos
O pequeno tamanho e o alto grau
de isolamento da população de panteras as tornam vulneráveis a problemas
genéticos e eventos catastróficos, como doenças, surtos de parasitas
e exposição a toxinas. A endogamia se acentuou, resultando em problemas
genéticos, saúde em declínio, capacidade de sobrevivência reduzida e
números cada vez menores. Havia a preocupação de que se não fossem adotadas
medidas para lidar com a perda da troca genética natural, a espécie
poderia estar extinta em breve.
Programa de restauração
genética da pantera conseguiu salvar a subespécie da extinção
Assim, em 1995 quando a população
de panteras havia diminuído para apenas 20-30 indivíduos na natureza, teve
início o Programa
de Restauração Genética. Nesse mesmo ano foram libertadas oito panteras
do Texas no sul da Flórida. Cinco das oito panteras do Texas produziram
ninhadas e pelo menos 20 filhotes nasceram. Em 2007 a população de panteras
da Flórida triplicou para cerca de 100 animais. O Programa de
Restauração Genética conseguiu restaurar a variabilidade genética e a
vitalidade de uma população mais saudável e resiliente, chegando hoje a uma
estimativa de 200 indivíduos adultos segundo estimativas de 2020.
Como a subespécie está criticamente
ameaçada é vulnerável a quase todas as principais ameaças. Com uma pequena
população, a baixa diversidade genética continua sendo uma preocupação.
Além disso a expansão urbana causa perda de habitat e estradas e
rodovias continuam a representar grande perigo para os animais. A introdução
das panteras em novas áreas é difícil porque há um medo geral e
incompreensão sobre as panteras.
Manutenção e ampliação das
áreas naturais é a forma de salvar da extinção a pantera da Flórida
Para que a pantera-da-Flórida
se reproduza e cace em uma paisagem cada vez mais urbanizada, empresas, organizações
sem fins lucrativos, cidadãos e órgãos públicos devem trabalhar juntos para
salvar as áreas naturais da Flórida. Um exemplo dessa possibilidade ocorreu em
2011, quando uma área de floresta foi salva graças ao apoio de um proprietário
de terras local. Essa área localizada nos arredores de Nápoles, perto do Florida Panther National
Wildlife Refuge, se tornou uma das principais prioridades do Florida Panther
Interagency Committee, formado pelo Departamento
de Proteção Ambiental da Flórida, Comissão
de Pesca e Água Doce da Flórida e o Serviço
Nacional de Parques e a Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA
Fonte: Conservation Fund, National Wildlife Federation – NWF, Florida State Parks, Defenders of Wild Life , National Park Service–NPS , U.S. Fish & Wildlife Service, NPR, National Geographic, Florida Fish and Wildlife Conservation Commission
Foto: Pantera da Flórida_Florida State Parks e Pantera com filhotes_Carlton Ward Jr.