A onça-pintada ou Jaguar
(Panthera onca) é o maior felino das Américas e o terceiro maior do
planeta, depois do tigre (Panthera tigris) e do leão (Panthera
leo). É um animal poderoso, com
corpo forte e compacto, ao mesmo tempo flexível, é uma exímia caçadora e
excelente nadadora. É um animal solitário com hábitos crepusculares
(pico de atividades ao amanhecer e ao anoitecer). É territorialista, se
utilizando de sinais olfativos (urina e fezes), auditivos (rugidos) e
arranhaduras nas árvores para delimitar seu território. A espécie tem um alto
grau de melanismo
(6%) daí ocorrer com certa frequência o surgimento de onças com pelagem negra
em toda sua área de distribuição.
Onça-pintada tem papel
importante no equilíbrio ecológico como predador de topo de cadeia alimentar
O Jaguar é um predador
de topo de cadeia alimentar, tem papel fundamental no equilíbrio
ecológico de regiões com alta diversidade ecológica. Sua dieta é
bastante diversificada alimentando-se apenas de carne. A onça-pintada
prefere presas grandes que incluem veados, antas, queixadas, cachorros e até
sucuris e jacarés. No entanto, o felino comerá qualquer espécie pequena que
possa ser capturada, incluindo sapos, camundongos, pássaros, peixes, preguiças,
macacos, tartarugas, capivaras e gado doméstico.
Classificada como quase
ameaçada no geral há regiões em que se encontra em perigo crítico
A onça-pintada é
considerada quase ameaçada (NT) pela lista
vermelha da IUCN. A perda de partes de sua área de distribuição, incluindo
sua virtual eliminação de suas áreas históricas do Norte e a crescente
fragmentação da área restante, contribuíram para esse status. As populações de jaguares estão atualmente em
declínio. Trabalhos detalhados realizados sob os auspícios da Wildlife Conservation Society revelam que o
animal perdeu 37% de seu alcance histórico, com seu status desconhecido em mais
18%. Por outro lado constatou-se que a probabilidade de sobrevivência a longo
prazo foi considerada alta em 70 por cento de sua área de distribuição
remanescente, particularmente na bacia amazônica e nas regiões do Chaco e Pantanal.
A distribuição atual da onça-pintada
se estende do México, através da América Central (extinta em El Salvador) e na
América do Sul (extinta no Uruguai). O Brasil detém cerca de 50% das populações
de onça-pintada em estado selvagem, a maior parte delas na Amazônia.
No país é encontrada com diferentes graus de ameaça em todos os biomas
excluindo o pampa onde está extinta (EX). Na Mata Atlântica e Caatinga
está criticamente ameaçada (CR). No cerrado há um número maior do
felino embora sua população se encontre em rápido declínio está
classificada como em perigo de extinção (EN). Na Amazônia e no Pantanal
há número elevado de indivíduos que podem assegurar a sobrevivência do animal
nessas regiões a longo prazo, embora sua classificação nesses locais seja de quase
ameaçada (NT). Nos Estados Unidos
ocorrem avistamentos ocasionais no Sudoeste incluindo Arizona, Novo México e
Texas.
Historicamente são
consideradas nove subespécies da onça-pintada
Em 2017 foi feita uma revisão da taxonomia de Felidae
que propôs que a onça-pintada é uma espécie monotípica (sem subespécie).
No entanto, historicamente foram consideradas nove subespécies de
onça-pintada em todas as américas. E ainda ocorre uma grande aceitação
desse número porque o compêndio Mammal
Species of the World , utilizado por grande parte da comunidade
científica o mantém como indicativo de subespécies da onça-pintada. O Sistema
de Informações Taxonômicas Integradas (ITIS) também reconhece essas nove
subespécies.
Desmatamento é a principal
ameaça para a onça-pintada
Os principais riscos para a onça-pintada
incluem o desmatamento em todo o seu habitat e o comportamento de
fazendeiros que tem seu gado atacado pelo felino e revidam caçando o
animal. É animal que se adapta bem ao cativeiro sendo relativamente comum em
zoológicos pelo mundo todo com boa geração de filhotes.
Os esforços atuais de conservação,
em geral, se concentram na educação dos proprietários de fazendas e na promoção
do ecoturismo. A onça-pintada é uma espécie cuja área de vida e
requisitos de habitat são bastante amplos, e se conservados favorecerão outras
espécies que também serão protegidas. As organizações de conservação podem,
assim, se concentrar em fornecer um habitat viável e conectado para a onça-pintada,
sabendo que outras espécies também serão beneficiadas.
Corredor das onças foi
anunciado ligando dois importantes biomas brasileiros
No Brasil foi anunciado em
fevereiro deste ano que o Instituto Onça-Pintada firmou parceria com a empresa JBS para a criação de um dos maiores corredores
de biodiversidade do mundo para proteger a onça-pintada e permitir que
possam circular livremente, entre os dois maiores biomas brasileiros: a Amazônia
e o Cerrado. O corredor das onças será formado ao longo do Rio
Araguaia, desde a divisa entre Goiás e Mato Grosso, passando pelo
Tocantins até o Pará. O corredor deverá ter 3 mil quilômetros de
extensão.
Fonte: Onçafari, WWF, Pró-carnivoros, Wild Cat Family, ITIS, Panthera, World Wildlife Fund WWF - Jaguar, Sociedade de Conservação da Vida Selvagem WCS , Instituto Onça-pintada, Instituto Pró-carnivoros, Valor Econômico
Foto: Onça-pintada_Metrópoles