Tamanduás são animais desdentados, que se alimentam basicamente de formigas e cupins, que os capturam utilizando sua longa língua. Existem quatro espécies de tamanduá, três delas vivem no Brasil: o tamanduaí (Cyclopes didactylus), o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). A quarta espécie é o tamanduá-do-norte (Tamandua mexicana) que habita o sul do México, países da América Central, a Venezuela e Bolívia.
Tamanduá-bandeira é o gigante
da família
Dessas quatro espécies, o tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga tridactyla) é um animal de grande porte, sendo conhecido
também por tamanduá-gigante ou tamanduá-açu. Ele pode atingir 2,4
metros de comprimento, do ponto do focinho à ponta da cauda e pesar até 45 kg.
Tem pelagem cinza escura, mesclada de branco, apresentando faixas pretas no
dorso. Destaca-se pela sua volumosa
cauda que costuma balançar quando o animal corre, assemelhando-se a uma
“bandeira” o que acabou sendo a origem do seu nome popular.
É um animal típico do cerrado
Os tamanduás-bandeira são
geralmente animais solitários. Esses animais não contam com a visão — que é
fraca — para encontrar sua fonte de alimento, mas sim com o olfato, que é 40
vezes mais poderoso que o dos humanos. Desse modo encontram alimento,
principalmente formigas e cupins, dos quais consomem mais de 30 mil por dia.
A espécie é encontrada em campos
limpos, cerrados e florestas. É mais comum em áreas de cerrado, a floresta
utiliza para repouso e abrigo, durante as horas mais quentes do dia.
As extinções locais do
tamanduá-bandeira tem aumentado
De acordo com a Lista Vermelha da IUCN, o tamanduá-bandeira
está classificado como vulnerável. As principais ameaças à espécie são: a
redução e a desconexão dos ambientes naturais; queimadas; desmatamento;
agropecuária; expansão das rodovias, o que tem provocado o aumento do número de
atropelamentos e a caça. O governo federal mantém um Plano
Ação Nacional (PAN) de conservação do Tamanduá-Bandeira que tem prazo de
validade até o ano 2024 e que tem como objetivo minimizar as principais ameaças
que acometem a espécie nos próximos anos e abrange e estabelece estratégias
prioritárias de conservação.
O tamanduá-bandeira pode
ser encontrado da América Central até a América do Sul. Originalmente, ocorria
em todos os estados brasileiros, mas atualmente está em risco de extinção em
todas as regiões do país. No Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul está provavelmente extinto. Esta
espécie está quase extinta na Mata Atlântica e possivelmente extinta no Pampa. Estima-se
que a população tenha sofrido uma redução geral superior a 30% nas últimas três
gerações (estimada em 26 anos).
Há um aumento do nível de ameaças
fora do Brasil. Nos países da América Central está em franco declínio, estando
extinto em Belize, Guatemala e Costa Rica. Na América do
Sul está extinto no Uruguai e com redução da população no Paraguai e
Argentina.
Principal ameaça está ligada
ao desmatamento para agricultura e obras de infraestrutura
No Cerrado brasileiro a
população da espécie está sendo drasticamente reduzida em função do
desmatamento continuado decorrente da conversão de hábitats para a agricultura
e ampliação da infraestrutura (por exemplo, construção de reservatórios de
hidrelétricas, linhas de transmissão e rodovias).
Fonte: WWF,
ICMbio,National
Geographic, Zoo-GDF,
Ecycle,
Instituto Tamanduá, Biologianet, Animal
Diversity Web .
Foto: Tamanduá-bandeira_ Daniel Alves