Os bonobos (Pan paniscus) dos grandes símios são os menos conhecidos, por serem muito confundidos com os chimpanzés comuns (Pan troglodytes) e por viverem numa área muito restrita sendo somente encontrados nas florestas ao sul do rio Congo, no coração da República Democrática do Congo (RDC).
O comportamento sexual dos
bonobos define sua vida social
Os bonobos tem uma vida
social surpreendente e única no reino animal. São pacíficos, cooperativos e
gentis. Na sociedade bonobo as fêmeas estão no comando- formam uma
sociedade matriarcal e usam o sexo como ferramenta social – para gerenciar
conflitos e tensões ou até mesmo para se cumprimentarem. O bonobo é
popularmente conhecido por esse seu alto nível de comportamento sexual. Eles
têm relações tanto heterossexuais quanto homossexuais para apaziguar os
conflitos, adquirir status social, afeto, excitação e para redução do estresse.
Mesmo bonobos vindos de outros grupos são recebidos da mesma forma
pacífica.
Bonobos são diferentes dos
chimpanzés em vários aspectos
Chimpanzés tem um
comportamento bastante diferente dos bonobos, são agressivos, os machos
tem posição dominante, o que funciona é o patriarcado e tratam com
agressividade indivíduos vindos de outros grupos. Além dessas diferenças há
outras mais visíveis.
Os bonobos são geralmente
um pouco menores, possuem rostos negros, são mais magros, com ombros menores e
mais arredondados e são mais escuros que os chimpanzés. Além disso
possuem pernas mais longas, lábios cor-de-rosa e uma propensão a andar ereto
(um andar bípede na vertical em seus dois pés), tornando-o o mais humano dos
macacos.
Os bonobos são
aproximadamente do mesmo tamanho dos chimpanzés, mas com corpos
flexíveis; ombros menores e mais arredondados; pernas mais longas; e uma
propensão a andar ereto. Sua dieta variada inclui frutas, insetos, peixes e
pequenos mamíferos, incluindo macacos e pequenos antílopes.
Bonobos estão em declínio
crescente pela diminuição de seu habitat e a caça ilegal
Junto com o chimpanzé, o bonobo
é o parente vivo mais próximo geneticamente do ser humano, compartilhando 98,7%
de seu DNA – tornando as duas espécies nossos parentes vivos mais próximos.
A agitação civil e o aumento da
pobreza na área ao redor das florestas dos bonobos contribuíram para a caça
ilegal e o desmatamento. Segundo o Global Forest Watch o país perdeu
8% de suas florestas de 2002 a 2020. A população de bonobos vem
diminuindo nos últimos 30 anos. Os cientistas acreditam que o declínio
continuará pelos próximos 45 a 55 anos devido à baixa taxa reprodutiva do bonobo
e às ameaças crescentes.
A Lista vermelha da
IUCN classifica os bonobos como uma espécie ameaçada de extinção
(EN), com estimativas de 10 500 a 20 000 animais. As principais ameaças às
populações da espécie são a perda do habitat e a caça de carne de animais
silvestres, que aumentou drasticamente durante a Primeira e a Segunda Guerra na
República Democrática do Congo na década de 1990.
Várias instituições realizam
esforços, em várias áreas, para salvar a espécie
No entanto existem vários
esforços em andamento para salvar a espécie. Em 2002, a Bonobo Conservation Initiative (BCI) iniciou
o Bonobo Peace Forest Project apoiado pelo Global
Conservation Fund e em cooperação com instituições nacionais, ONGs e
comunidades locais.
O WWF Tem fornecido
treinamento, equipamentos e suprimentos de campo para o Instituto
Congolês para a Conservação da Natureza (ICCN) e organizações não-governamentais
(ONGs) que realizam pesquisas com populações de bonobos. A organização Great
Ape Conservation Fund se uniu às autoridades congolesas para estabelecer
novas reservas e realizar pesquisas de habitats de bonobos na região.
A organização sem fins lucrativos
congolesa “Les
Amis des Bonobos du Congo” (ABC) desde sua criação em 1994 realiza um
programa, hoje apoiado pela associação Beauval
Nature, que consiste em receber jovens bonobos cujas mães foram
vítimas de caça furtiva. A Fundação
Arcus contribuiu através de doações
para vários projetos envolvendo os bonobos.
A African
Wildlife Foundation estabeleceu um plano de conservação para ajudar a
impedir a destruição desses animais gentis e de seu habitat. Foi criado o Lomako
Conservation Science Center no coração de seu habitat. Este centro apoia
pesquisas de vida selvagem, treinamento de pesquisadores congoleses e
desenvolvimento de planos de conservação da vida selvagem.
Fonte: WWF,
BCI, AWF, NPR,
National
Geographic, AWF.2
, San Diego Zoo,
Beauval
Nature, Les Amis des
Animaux au Congo ,Treehugger
Foto: Bonobos_BCI