O Bicudinho-do-brejo-paulista (Formiciva paludicola) foi descoberto há poucos anos, em 2004, na Região Metropolitana de São Paulo, o maior centro urbano da América do Sul habitado por mais de 20 milhões de pessoas. O achado teve um impacto grande no meio científico provocando imediatas manifestações de surpresa pelo inusitado do encontro de um pássaro desconhecido numa região altamente urbanizada. Isto contribuiu para manter um interesse crescente na conservação da espécie já classificada inicialmente como criticamente ameaçada.
Pesquisas posteriores registraram
novas populações da espécie que pode ser encontrada hoje nos municípios de Guararema,
Salesópolis, Mogi das Cruzes, São José dos Campos, Biritiba-mirim
e Santa Branca.
P habitat do bicudinho está
sendo destruído
O Bicudinho-do-brejo-paulista,
é um pássaro pequeno, medindo apenas cerca de 11 centímetros e pesando em média
9 gramas. Possui pequena autonomia de voo, conseguindo voar, no máximo, 20
metros em linha reta. Isto faz com que fique muito restrito a um único tipo de
habitat, tornando-o extremamente vulnerável à destruição ambiental. Os brejos
paulistas estão desaparecendo ou sendo poluídos devido à expansão urbana.
Os brejos onde são
encontrados são formados principalmente por taboas
e piri,
onde se move com voos curtos e saltos nos estratos mais baixos da vegetação.
Vive em pares, defendendo território e se alimentando de insetos.
Cooperação entre instituições
tornou possível unidade de conservação
O bicudinho paulista é uma espécie
criticamente ameaçada de extinção (CR). Em função disso foram feitos
esforços urgentes para a proteção do pássaro raro. No ano de 2016 a Prefeitura do Município
de Guararema, buscou auxílio de Organizações não-governamentais (ONGs) para
desenvolver um plano para a proteção da espécie. Como resultado, em 2017, o
governo municipal e as ONGs SAVE
Brasil, Guaranature
e Instituto Suinã
juntaram esforços em um projeto para proteger o Bicudinho-do-brejo-paulista
tendo como foco principal a criação de uma unidade de conservação.
Finalmente, em 2017, através de
um decreto, foi criado o Refúgio
de Vida Silvestre do Bicudinho-do-brejo-paulista, a primeira unidade de
conservação a proteger a espécie. O projeto uma vez implantado recebeu apoio de
outras instituições como: American Bird
Conservancy, Fundação
Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Neotropical
Bird Club e Mohamed Bin
Zayed Species Conservation Fund. Essa união de esforços permitiu que
durante esse tempo além dos constantes monitoramentos da população e das
atividades de engajamento, também foram realizadas buscas por novos brejos em
que a espécie pudesse ocorrer.
Fonte: Save Brasil, Wikiparques,
wikiaves,Oeco.
Foto: Bicudinho-do-brejo-paulista- Bruno Rennó