Extinto na natureza, o lobo mexicano (Canis lúpus baileyi) foi reintroduzido nos Estados Unidos e no México. É a menor subespécie do lobo cinzento da América do Norte. É considerado um dos mamíferos mais raros e em maior perigo de extinção no continente, existindo somente poucas dezenas sobrevivendo livres depois de um programa de reintrodução.
O lobo foi extinto por
políticas adotadas pelos governos dos Estados Unidos e México
Tem o tamanho aproximado de um
pastor alemão. Na natureza podem viver até 8 anos. Infelizmente foram
exterminados na década de 1970 como resultado de campanhas de erradicação
promovidas pelos governos dos Estados Unidos e do México, devido
a predação de gado feita pelos lobos. Agora que os dois governos têm programas
para a reintrodução dos predadores, a caça, o envenenamento e a perda de
habitat ainda permanecem como ameaças.
Programas de reintrodução
conseguiram restaurar uma população de lobos selvagens
A última contagem dos lobos
cinzentos mexicanos feita pelos dois governos em 2021 indicam que existem
em liberdade 186 lobos nos Estados Unidos, um aumento de 14% em relação a 2020,
tendo ocorrido um aumento da população por cinco anos consecutivos e no México está
estabelecida outra subpopulação com 35 exemplares. Toda a
população selvagem dos lobos descende de apenas sete exemplares capturados
na natureza e que foram criados com sucesso em cativeiro. Seus descendentes
começaram a ser soltos em 1998 nos Estados Unidos e no México em 2011. O objetivo
do Serviço de Pesca e Vida
Selvagem dos EUA (FWS) é atingir o número de 300 a 325 animais vivendo na
natureza.
O muro construído na fronteira
é obstáculo para os lobos mexicanos
No entanto, embora a população de
lobos mexicanos nos Estados Unidos esteja aumentando, sua diversidade
genética tem diminuído. Idealmente, os lobos das duas populações
naturalmente se encontrariam e cruzariam, o que beneficiaria a espécie como um
todo, expandindo a diversidade genética. No entanto, para fazer essa jornada,
eles enfrentam o obstáculo de um muro fronteiriço recém-construído que não
permite essa passagem. São mais de 724 quilômetros de muro construídos sob o governo
Trump. Ocorre que para sobreviver a longo prazo as duas populações tem que
ter maior conectividade.
Se as barreiras permanecerem na
fronteira e mais forem construídas, isso terá um impacto na diversidade
genética dos lobos, porque pode afetar sua reprodução. Especialistas
defendem a necessidade de se encontrar um modo de permitir a conectividade
dos grupos de lobos, uma das formas seria derrubar parte do muro em algumas
áreas-chave para permitir a conexão entre as matilhas dos dois lados da
fronteira.
Programa de adoção cruzada foi
saída encontrada para manter diversidade genética
Há uma população cativa de 350 lobos
mexicanos que apresentam mais diversidade do que aqueles que estão na
natureza, porque o acasalamento em cativeiro pode ser cuidadosamente
controlado, enquanto os lobos selvagens escolhem seus próprios parceiros. Levando
em conta essa realidade teve início em 2014 o programa
de adoção cruzada, no qual os biólogos colocam filhotes nascidos em cativeiro
com pais selvagens. Esses filhotes tem sido aceitos como crias adotivas que
passam a fazer parte da matilha e quando adultos se integram e melhoram as
características genéticas do grupo. O influxo de genes da população em
cativeiro é crucial para a recuperação do lobo mexicano.
Hoje, de certa forma pode-se
considerar a luta para preservar os lobos uma história de sucesso,
levando em consideração o massacre ocorrido entre 1915 a 1972 quando foram
envenenados e presos quase todos os lobos na natureza pelas autoridades
norte-americanas. Há expectativa de que os avanços obtidos assegurem sua
sobrevivência no mundo selvagem.
Fonte: Earth
Justice, Nature
Serve Explorer, Defenders,
Infobae,
National
Geographic, NBCNEWS,
Fonte
High Country News
Foto: Lobo mexicano-Infobae