Difícil sobrevivência da chita asiática no Irã


 As chitas, ou guepardos como também conhecidas, são os predadores terrestres mais rápidos do mundo. Estes felinos são conhecidos por sua velocidade, podendo atingir mais de 120 km/h em curtas distâncias. Tinham uma ampla distribuição na África e na Ásia, mas atualmente são encontrados nas regiões Leste, Oeste e Sul africanas e no Irã.

As chitas se caracterizam por um corpo esbelto, pelagem manchada, listras pretas semelhantes a lágrima, peito profundo, pernas longas e finas e cauda manchada. São reconhecidas cinco subespécies de guepardo:

·        A chita da Tanzânia, também conhecida como a chita do Quênia ou a chita da África Oriental ( Acinonyx jubatus raineyi) é nativa da África Oriental.

·        A chita do Sudão, também conhecida como chita somali, chita da África Central ou chita do nordeste da África ( Acinonyx jubatus soemmeringii) vive nas savanas, pastagens, desertos e áreas áridas da África Central e Nordeste.

·        A chita sul-africana ou a chita da Namíbia ( Acinonyx jubatus jubatus ) é a subespécie mais numerosa de chita. A chita pode ser encontrada nas savanas do Delta do Okavango, nas pastagens do Transvaal, nas terras agrícolas da Namíbia e nas áreas áridas do Kalahari. Embora tenha a maior população entre outras subespécies

·        A chita do noroeste da África, também conhecida como a chita do Saara ou a chita do Senegal ( Acinonyx jubatus hecki ), é nativa do noroeste da África. É uma das subespécies de chita mais ameaçadas e é classificada como criticamente ameaçada pela IUCN. Existem apenas cerca de 250 indivíduos

·        A chita asiática ou a chita iraniana ( Acinonyx jubatus venaticus ) é a mais rara de todas as subespécies de chita e só é encontrada no Irã. A espécie é classificada como Criticamente Ameaçada pela IUCN.

A chita asiática ou chita iraniana habitava da Península Arábica e o Oriente Próximo até a região do Mar Cáspio e Índia, mas foi extinta dessas regiões durante o século XX, restando somente poucos exemplares no Irã, que sobrevivem até hoje com muita dificuldade.

A chita asiática sobrevive em áreas protegidas na região árida centro-leste do Irã, onde a densidade populacional humana é muito baixa. Entre dezembro de 2011 e novembro de 2013, 84 indivíduos foram avistados em 14 áreas protegidas diferentes e 82 indivíduos foram identificados a partir de fotografias de armadilhas fotográficas. Em dezembro de 2017, acredita-se que menos de 50 indivíduos permaneciam em três subpopulações que estavam espalhadas por 140.000 km2 no planalto central do Irã. Em janeiro de 2022, apenas 12 guepardos asiáticos, 9 machos e 3 fêmeas, foram avistados no Irã. Com o objetivo de aumentar a conscientização internacional para a conservação da chita asiática, uma ilustração foi usada nas camisas da seleção iraniana de futebol na Copa do Mundo de 2014.

Nos últimos 16 anos, 42 guepardos asiáticos foram mortos no Irã, 28 deles morreram em acidentes de trânsito e 14 outros em conflitos com cães de guarda e outras razões desconhecidas. A perda de habitat e a diminuição da população de presas são outros fatores que ameaçam a conservação da chita.

O Ministério do Meio Ambiente do Irã afirma que os animais foram vitimas de seca, caçadores e acidentes de carro, especialmente no deserto central do país, onde vivem os últimos guepardos. A Iranian Cheetah Society uma ONG que fornece dados sobre as chitas para o governo iraniano confirmou a situação dramática em que se encontram os últimos guepardos asiáticos e divulgou que além dos 12 exemplares restantes existem outros três mantidos em cativeiro.

 O fato é que a população de guepardos asiáticos do Irã permanece em estado crítico. Se não forem adotadas medidas concretas e urgentes, incluindo um programa de reprodução em cativeiro para posterior soltura, esse magnífico felino deixará de existir num futuro próximo.

Fonte: World Atlas, Timesofisrael, France24,Tehran Times, Newsweek

Foto: Chita asiática-Tehran Times