No início de 2021 foi anunciada a
clonagem de uma fêmea do furão de patas negras (Mustela
nigripes) que havia morrido há mais de 30 anos e teve suas células preservadas.
Esse feito tem grande significado para a ciência pois pode ajudar a injetar
diversidade numa população consanguínea em perigo de extinção.
Declarado extinto e
redescoberto na natureza
O furão de patas negras
foi declarado extinto em 1979 até que foi redescoberta uma diminuta população
em 1981 em Meeteetse, Wyoming em 1981. Essa restante população manteve-se até
1987, quando estes animais foram considerados como espécie extinta na natureza.
Contudo, através de um programa de procriação em cativeiro da responsabilidade
do United States Fish and
Wildlife Service (FWS), foi possível a sua reintrodução em oito estados
e no México, de 1991 a 2008.
Clonagem de sucesso do furão
de patas negras
Esta é a primeira vez que uma
espécie nativa ameaçada de extinção foi clonada nos Estados Unidos. A
conquista, anunciada em fevereiro, é um grande avanço, já que restam apenas
cerca de 605 furões de patas negras no mundo, sendo que 304 vivem em cativeiro -
todos parentes próximos e descendentes de uma única colônia encontrada em 1981
no Wyoming, depois que a espécie foi considerada extinta.
O nascimento do furão fêmea foi o
resultado de anos de trabalho conduzido pela organização sem fins lucrativos de
biotecnologia Revive & Retore, o Serviço de caça e pesca e vida
selvagem dos Estados Unidos (FWS), a empresa ViaGen Pets & Equine, o San Diego Zoo Global e a Associação de Zoológicos e Aquários. Suas
células foram armazenadas pela primeira vez em 1988.
Baixa diversidade genética
coloca em risco a sobrevivência do furão de patas negras
Todos os furões de patas negras
vivos hoje descendem de apenas sete indivíduos, o que apresenta desafios
genéticos únicos para a recuperação da espécie. O nascimento do clone é um
momento de esperança no esforço de aumentar seu número, porque sua prole
potencial diversificaria a espécie.
Os pesquisadores esperam que sua
prole seja capaz de ser reintroduzida na natureza nos próximos anos, injetando
uma dose muito necessária de diversidade genética na população consanguínea.
Fonte : National
Geographic , NatureServe
Explorer , CNN,
The Wildlife Society, Defenders of WildLife
Foto: Furão de patas negras- wikimédia