Na de Cingapura vive uma saudável população de lontras que sobrevive num território altamente urbanizado. cidade-estadoO país ilha é habitado por duas espécies de lontra que alternam a ocupação do ambiente entre o dia e a noite. A lontra de pelo liso (Lutrogale perspecillata) é ativa durante o dia, manhã e tarde e a lontra anã oriental (Aonix cinereus) é ativa durante a noite. A maior parte das lontras de Cingapura é a de pelo liso.
As espécies de lontra de
Cingapura estão listadas como vulneráveis
As duas espécies de lontra
normalmente encontradas em Cingapura estão listadas como vulneráveis pela IUCN, com números populacionais
decrescentes. O número de ambas as espécies na natureza caiu pelo menos 30% nos
últimos 30 anos, de acordo com conservacionistas. Situação inversa do que
ocorre na ilha de Cingapura. A lontra-anã-oriental é a menor espécie de
lontra do mundo, com aproximadamente 90 centímetros de comprimento do focinho à
cauda, e um peso aproximado de 5 kg. Por seu pequeno tamanho tem sido muito
desejada e criada como animais de estimação, uma vez que cuidadas desde
pequenas se tornam animais bastante dóceis e que interagem com facilidade com
seus donos. Esta procura como pet de estimação tem contribuído para o seu
rápido decréscimo na natureza.
A volta das lontras à
cidade-estado
A população de lontras na ilha foi
considerada extinta na década de 1970 tendo se afastado do local devido a
poluição e o desmatamento. Há 50 anos atrás,os rios de Cingapura estavam
sufocados com carcaças de animais em decomposição, lixo e esgoto. As lontras de
pelo liso, nativas da região, haviam desaparecido e corriam o risco de serem
extintas localmente. Em 1977, o governo lançou sua Campanha Rio Limpo e,
em 1998, as lontras começaram a retornar à ilha tropical por conta própria
integrando-se aos espaços urbanos e transitando livremente em uma das cidades
mais cosmopolitas do mundo.
Agora, pelo menos 90 lontras,
parte de 10 famílias prósperas, vivem na ilha-estado, e sua população está
crescendo, graças às ricas fontes de alimentos - como lagos de carpas - e à
falta de predadores. Essas lontras são surpreendentemente inteligentes, capazes
de sair de ralos e viajar por grandes porções de terra para chegar a outros
cursos de água. As lontras de Cingapura têm se mostrado flexíveis em se adaptar
rapidamente a uma paisagem urbanizada.
Ciência cidadão auxilia na
preservação das lontras
O incentivo à boa ética da
vida selvagem, junto com o envolvimento público na pesquisa e monitoramento
das espécies, tem ajudado a conservação e o manejo contínuos das lontras em
Cingapura. O surgimento da ciência cidadã também criou um conjunto ainda
maior de dados sobre observações de lontras e documentação do comportamento das
espécies, com grupos como o Grupo de Trabalho de Lontras de Cingapura (Singapore’s
Otter Working Group) ajudando
ativamente no manejo e resgate de lontras.
Fontes: Kontinentalist,
Washington
Post, National
Geographic.
Fonte: BBC Earth