Ações antrópicas colocam em risco macaco prego galego


 

No século XVIII, o macaco prego galego (Sapajus flavius) foi retratado pela primeira vez e depois ficou desconhecido por mais de 200 anos, sendo considerado extinto. Foi redescoberto em 2006 por pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Endêmico da Mata Atlântica nordestina sofre com a perda de habitat

O macaco prego dourado, como também é conhecido, é uma espécie endêmica à Mata Atlântica nordestina com ocorrência restrita a poucos fragmentos nos Estados do RN, PB, PE e AL. Historicamente a espécie sofreu uma perda de habitat de pelo menos 50%, que levou a um declínio populacional equivalente. Fatores como o desmatamento, agricultura, expansão urbana e captura, levaram sua população total atual a um patamar de 1.000 indivíduos. Atualmente o número de animais está diminuindo, sendo classificada pela como Criticamente Ameaçada (CR) pela lista vermelha da IUCN.

Animal de hábitos diurnos, vive geralmente em pequenos grupos familiares e se alimenta de frutas, vegetais, insetos e pequenos vertebrados. A gestação dura em média 180 dias (seis meses), nascendo apenas um filhote. Em cativeiro, vive entre 40 e 50 anos.

Poucas áreas ocupadas pelo macaco prego galego

Atualmente, são conhecidas apenas 29 áreas naturalmente ocupadas pela espécie, em sua maioria, fragmentos isolados: uma no Rio Grande do Norte, 18 na Paraíba, seis em Pernambuco e quatro em Alagoas. Todas estas áreas são, em teoria, protegidas por lei, uma vez que correspondem a Áreas de Preservação Permanente ou a Unidades de Conservação.

Como o macaco prego galego se reproduz em cativeiro, a possibilidade da preservação da espécie aumentou consideravelmente. E o trabalho dos zoológicos tem sido fundamental nesse sentido, por cederem espécimes para projetos de reintrodução.

Fonte: ICMBio, IUCN, Biodiversity4all

Foto: Keoma Coutinho-ICMBio