No Brasil foram descobertas
várias espécies de pequenos anfíbios nas áreas de Mata Atlântica nos últimos
anos. Estes pequenos animais têm distribuição restrita e tem seu habitat
continuamente modificado pelas mudanças climáticas. A opção desses pequenos
anfíbios é migrarem para latitudes mais altas ou se adaptarem à novas condições
climáticas.
Nas regiões de altitude da
Mata Atlântica, que por si só é um bioma ameaçado, muitas espécies desconhecidas
pela ciência poderão desaparecer sem nunca se tornarem conhecidas. Há diversos
anfíbios que foram descobertos que se encontram em perigo de extinção.
Neste ano uma nova espécie de
sapo minúscula foi descoberta na Mata Atlântica, ao sul da Serra da Mantiqueira,
Estado de São Paulo, nos municípios de Campinas, Jundiaí e Mogi das Cruzes. Descrito
na revista PLOS One de abril de 2021, a nova espécie, Brachycephalus
rotenbergae, é um anfíbio pequeno, brilhante e altamente venenoso conhecido
como “pingo de ouro”.
A região é o lar de algumas
dezenas de espécies de “pingos de ouro” que compartilham várias características,
por exemplo tem em comum a cor amarelo-ouro e são minúsculos, um pouco maior
que a unha deum polegar.
Para identificar as espécies
em miniatura, a equipe de pesquisa coordenada por Ivan Nunes, professor da
UNESP, fez uma série de análises, examinando o tamanho e a forma do sapo,
estudando seus ossos, seus genes e ouvindo seu canto típico.
Entre outubro de 2017 e
setembro de 2019, a equipe de pesquisa esteve em duas áreas diferentes da Mata
Atlântica. Um total de 76 levantamentos de campo foram conduzidos, para
entender a atividade e a história dessa nova espécie.
É difícil descobrir novas
espécies de pingo de ouro, observa o pesquisador, porque os membros mais
brilhantes do gênero parecem semelhantes - tanto genética quanto fisicamente. O
B. Rotenbergae, assim como alguns outros pingos de ouro, tem ossos que brilham
sob a luz fluorescente.
Esta
nova espécie recém-identificada é venenosa, mas sua ameaça aos humanos é
mínima. As pessoas podem tocá-los com as mãos nuas, mas devem ter cuidado
para não tocar nos olhos ou na boca depois.
Não
se sabe quanto tempo vivem ou quantos existem na natureza, mas estima-se que
existam algumas centenas na área estudada.
Brachycephalus
rotenbergae deve o seu nome a Elise Laura K. Rotenberg, fundadora da ONG
brasileira Projeto Danis, que se dedica a pesquisar e conservar a Mata
Atlântica onde o sapo foi descoberto.
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Foto: Plus One